“Fiz a réplica como uma homenagem e um agradecimento à equipe”

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“Fiz a réplica como uma homenagem e um agradecimento à equipe”

Comovida pela tragédia de maio, a artesã Salete Silva, de Lajeado, fez uma réplica da Ponte de Ferro sobre o Rio Forqueta como uma homenagem à iniciativa privada que restabeleceu a ligação entre Lajeado e Arroio do Meio. A peça, presenteada ao diretor da Lyall Construtora, foi feita em biscuit e mostra a estrutura e a equipe responsável pela obra

“Fiz a réplica como uma homenagem e um agradecimento à equipe”
Foto: Raica Franz Weiss

Por que decidiu fazer esse trabalho?

Fiquei muito abalada com toda a situação da enchente. Tenho amigos em Arroio do Meio e me coloquei no lugar das pessoas de lá, que precisavam vir para Lajeado e não tinham como. Essa conexão entre as cidades é importante para muita gente e se tornou símbolo de reconstrução. Fiz a réplica como uma homenagem e um agradecimento à equipe da Lyall, que ajudou essas pessoas.

Como você fez a obra?

Foram 14 dias de trabalho. Esse foi o trabalho mais desafiador que já fiz, e também o maior. São 50 cm de comprimento por 23 cm de altura. Eu sempre faço tudo à mão, peça por peça, e tive que recomeçar do zero, porque eu não tinha nenhum molde e nem experiência com um projeto tão grande. Eu até pensei em desistir, porque foi um desafio, mas aí eu lembrava que eles não desistiram da ponte real, então eu também não poderia desistir aqui. O ventilador funcionou 24h seguidas por esses 14 dias para secar as peças.

Quais são os elementos da ponte?

Representei o encontro do lado da ponte antiga com a nova e me baseei numa foto que fizeram no dia da inauguração, onde está a equipe que trabalhou no projeto. Coloquei o boneco de cada um, sei nomear cada um deles e cuidei dos pequenos detalhes, desde a posição em que estavam, o lugar dos óculos, dos relógios, a marreta. Eu sempre tenho esse cuidado com os detalhes, porque trabalho com personalização. Tem também a bandeira do Rio Grande do Sul e a faixa da “Ponte da Reconstrução.” Agora, tem outras pessoas me chamando, porque também querem uma réplica da ponte. Até das passadeiras.

Há quanto tempo já trabalha com biscuit?

Faz quase 30 anos que já conheço esse tipo de massa para artesanato. Fui inclusive professora de biscuit, na época que morei em Novo Hamburgo, e há 6 anos me dedico ao meu próprio ateliê aqui em Lajeado. Faço tudo à mão, por encomenda. Percebo que as pessoas têm curiosidade em aprender sobre o biscuit, por isso criei duas páginas nas redes sociais onde mostro um pouco da minha rotina de trabalho. Eu comecei meio ao acaso. Estava em Novo Hamburgo e vi peças em biscuit numa loja e me interessei. Nem sabia do que era feito, tentei inventar uma massa em casa, mas não deu muito certo. Logo depois comecei a fazer um curso e nunca mais parei.

O que te motiva a trabalhar com isso?

Sempre acho que posso aprender mais. Esse projeto da ponte foi um desafio para mim, mas eu superei. Gosto do que faço. Sei que, enquanto estiver trabalhando com biscuit, estarei envolvida num processo de amor, alegria e dedicação. Sou grata a isso.

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