Um dos municípios mais atingidos pelas cheias do Vale, Muçum teve 80% de sua área edificada alagada. Para trazer mais qualidade de vida à população e iniciar o processo de reconstrução da cidade, o Movimento Recupera Muçum criou um projeto que busca por recursos que serão destinados à aquisição de terras não inundáveis. Os terrenos serão doados aos munícipes para construção de moradias e estabelecimentos comerciais. No total, são necessários 60 hectares.
A atual parte edificada de Muçum representa apenas 1% do território do município. Hoje, 95,5% das áreas podem ser viabilizadas para o movimento do recomeço. “A intenção da Associação é dar um lugar seguro para a população, porque eles estão cansados de tanta enchente”, afirma o presidente do Movimento Recupera Muçum, Márcio Delazeri.
A proposta inclui a criação de uma cidade sustentável e modelo, ruas projetadas, sem asfalto e fiação subterrânea. “A gente acredita que muitas pessoas vão querer voltar. Não queremos tirar ninguém do seu lugar, as pessoas têm que ir por livre e espontânea vontade. A gente está dando uma opção para que eles possam sair da área de alagamento”, destaca Delazeri.
Captação de recursos
Para adquirir a nova área de terra e garantir um futuro estável e seguro a todos, o Movimento faz a captação de recursos. Parte do valor foi conquistado por meio do Instituto Floresta e através da ação do Badin. Outros fundos vêm por meio da doação de empresários. Mas a busca continua.
Os interessados também podem auxiliar o Movimento por meio da doação de PIX, para recuperamucum@gmail.com. Todo o valor será destinado à recuperação das famílias e na reconstrução dos lares.
Além das ações do grupo, Delazeri destaca que há loteamentos privados e uma área do governo, onde era o antigo batalhão, que serão usadas para a reconstrução do município.
Proximidade com a comunidade
Outra importante ação do Recupera Muçum é a de aproximação com a comunidade. Segundo o vice-presidente do Movimento, Wagner Capitanio, o grupo faz visitas às famílias para entender as necessidades e buscar apoio na reconstrução.
“Estamos lá mais para ouvir do que para falar. Precisamos entender se as pessoas estão dispostas a nos apoiar, porque precisamos do apoio da população”, afirma. Hoje o grupo possui cerca de 30 integrantes. A expectativa é de que mais pessoas apoiem o movimento e fortaleçam a reconstrução.
Veja a entrevista completa: