O Centro Hemoterápico Vale do Taquari (Hemovale), localizado em Lajeado, é o único banco de sangue que atende mais de 20 municípios da região, além dos hospitais de Montenegro, Rio Pardo e Sobradinho. Marina da Silva Vieira, enfermeira responsável pelo Hemovale, conta que as doações são centralizadas somente em Lajeado e o Estado repassa o número de doadores para atender toda a demanda.
“A coleta é feita aqui e distribuída para as cidades conforme a necessidade de cada hospital. O que acontece com as cidades onde a demanda é maior, as prefeituras locais disponibilizam veículos para transportar os doadores até a nossa sede para a coleta.”
Para saber da necessidade de bolsas, o Hemovale acompanha a escala do bloco cirúrgico, os pacientes onco-hematológicos internados – principais consumidores de sangue, de concentrado de hemácias, plaquetas -, as cirurgias de grande porte também há um controle de quantas terão ao longo do dia. “Conforme a demanda vai chegando, vamos acionando mais doadores.”
Para acidentes de trânsito e cirurgias não eletivas, por exemplo, o Centro conta com estoque de bolsas para essas necessidades, principalmente do tipo sanguíneo O- que é universal e muito usado quando não há tempo para preparação.
Demandas
Durante o período da enchente de maio, Marina diz que houve queda na procura por doações devido às dificuldades de logística. Em junho também teve queda e no mês de julho, o Hemovale contabiliza a média de 30 doadores diariamente. “Mesmo com esse quantitativo, a demanda é muito maior do que as doações. O ideal seria ter mais doadores para manter o banco abastecido”.
Antes do paciente receber o sangue, existe todo um processo. Conforme a enfermeira, o sangue é armazenado separadamente até a chegada do resultado dos exames que garantem a aptidão. Os doadores que apresentarem algum problema, são avisados.
Quem pode doar
Pessoas de 16 a 69 anos. Os menores de 18 anos, precisam estar acompanhados dos responsáveis legais para assinar o termo e, a primeira doação deve ocorrer antes dos 60 anos. “Até os 69 anos é para aqueles já fazem doações há mais tempo”. Além disso, o doador precisa pesar mais de 50 kg, alimentar-se antes da doação e ter descansado 6h na noite que antecede o procedimento. “Chegando no Hemovale, é realizada uma triagem clínica, passa por questionamento e estando apto, segue para coleta”.
Homens devem respeitar o prazo de dois meses podendo doar até 4 vezes num ano. Já as mulheres, intervalo de três meses, não podendo passar de três por ano. A tiragem sanguínea não ultrapassa os 500ml.
Validade pós-coleta
- Concentrado de hemácias, validade de 35 dias;
- Concentrado de plaquetas, validade de 5 dias;
- Plasma fresco congelado, validade de um ano.
“De uma doação é possível extrair até quatro hemocomponentes”. Ainda, o inverno e as festas de final de ano são as épocas que mais demandam bolsas de sangue.
Marina esclarece que o sangue mais raro é o AB-, considerado um dos mais importantes. “Quando feita a separação das células, o AB aparece como doador universal das células brancas. Assim como o O- muito utilizado nas emergências e, claro, não desconsiderando os outros tipos sanguíneos, todos eles são importantes e necessários as duas doações.
Pessoas interessadas devem, de preferência, agendar suas coletas. Telefones disponíveis do Hemovale
- 51) 3748-0442
- 51) 982080885 (WhatsApp)
Mitos e verdades
Marina reforça para os mitos como, por exemplo, que o sangue vai fazer faltar no organismo, que vai engrossar, que será obrigado a doar sempre, nada disso procede. Ela garante que tudo não passa de mito. “Apenas a hemoglobina demora um pouco maior para uma nova doação. Não traz prejuízos aos doadores. Alguns podem apresentar algumas reações como, por exemplo, mal-estar, tontura, mas são situações passageiras. Muitas vezes ocasionadas pela ansiedade. A média de duração para a retirada não ultrapassa os 12 minutos.
Acompanhe a entrevista na íntegra