A busca por regiões não atingidas pelas enchentes aumentou nos últimos meses em Santa Clara do Sul. O município recebe famílias de outras localidades, do estado e de fora. O prefeito Paulo Kohlrausch ressalta que esse aumento habitacional é notável devido à procura por serviços de saúde e vagas nas escolas.
Mais moradores não é problema no município já que há áreas disponíveis para construções. “O ponto positivo do é que temos mais de 700 lotes disponíveis para novas habitações. Tempo atrás foi decretada a suspensão de licenciamentos de loteamentos, ainda em vigor, contrata uma empresa que está fazendo um diagnóstico da possibilidade e capacidade de vasão do Arroio Saraquá, para a partir daí possibilitar uma modificação na lei de parcelamento de solos e do código de edificações para continuar tendo esse desenvolvimento e crescimento sustentável para evitar futuros alagamentos.” O prazo de entrega do projeto é de dois a três meses.
Marcha dos Prefeitos em Brasília
A situação enfrentada pela maioria dos municípios do RS após enchentes é considerada complexa pelos gestores das regiões afetadas. Conforme Kohlrausch, o que acaba acontecendo durante esses episódios climáticos, é que em um primeiro momento, o assunto vira pauta nacional, internacional, chama a atenção, mas a comoção passa. “Quem sente esse impacto somos nós prefeitos que estamos na ponta tentando explicar e buscar soluções em menor ou maior escala. Infelizmente, não somos tão reconhecidos como gostaríamos.”
Todos os municípios do estado foram impactados de forma direta pela logística, queda de arrecadação, uma série de fatores. A ideia de buscar que o governo federal estenda a mão foi uma das pautas reivindicadas durante a Marcha dos Prefeitos ocorrida em Brasília. “O resultado prático disso, fizemos a manifestação, fomos no Congresso Nacional para tentar continuar insistindo na pauta e isso nós conseguimos. Existe o RS e o Vale do Taquari. Estamos precisando de ajuda. Sabemos como o sistema funciona e o quão burocrático é, diferente das iniciativas privadas que foram lá e fizeram. No setor público é diferente. A burocracia só existe porque serve o sistema. Os meios são mais importantes do que o objetivo final. Sabemos que com o tempo tudo se resolve, mas as pessoas estão deixando de tocar suas vidas, pois continuam esperando a chegada dos recursos.”
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