Antecipação de obras consideradas essenciais ao Vale e implantação do free flow como sistema de cobrança de tarifa aos usuários. Duas prioridades regionais para o plano de concessão das rodovias estaduais. Pedidos que serão reforçados durante visita do secretário estadual de Parcerias, Pedro Capeluppi, no próximo dia 29.
A agenda de Capeluppi ainda não está definida, mas a tendência é de que uma das reuniões seja em Arroio do Meio, onde será recebido pelo presidente da ValeLog e diretor de Infraestrutura da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços do Vale do Taquari (CIC-VT), Adelar Steffler. Outras visitas devem ocorrer nesta data.
As tratativas para a vinda do secretário foram feitas pela própria CIC-VT, com apoio do Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat) e demais entidades. O momento é considerado ideal para as discussões, pois o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) refaz os estudos para modelagem do processo. Esse processo deve ser concluído até maio.
O governo do RS trabalha com a projeção de lançar, no segundo semestre, o edital do leilão das rodovias do bloco 2, do qual fazem parte os trechos sediados no Vale do Taquari. Antes, em maio, deve ser aberto o período de consulta pública para o Estado ouvir a opinião de interessados, com audiências nas regiões impactadas pela concessão.
Clareza
Conforme o presidente da CIC-VT, Ivandro Rosa, a ideia é alinhar, no encontro com Capeluppi, as estratégias de instalação do free flow e a inclusão de obras estratégicas. O cronograma de investimentos, segundo ele, também precisa ser revisto. O prazo para execução de algumas intervenções causou descontentamento em líderes regionais na primeira versão do plano.
“Precisamos ter duplicação nos primeiros anos na ERS-130, no trecho entre Lajeado e Arroio do Meio, uma solução definitiva para o trecho da Boa União, em Estrela (na RSC-453) e a inclusão de viadutos e obras que tragam fluidez e segurança aos usuários”, frisa, ao citar como exemplo, neste último caso, um acesso mais viável para o complexo da Dália Alimentos, na localidade de Palmas.
Outra necessidade, para Rosa, é a criação de um conselho de usuários, assim como existe dentro do projeto de concessão da BR-386. “Este cronograma precisa ser claro, e nós vamos necessitar de conselho que possa fiscalizar a implementação do contrato e discutir as inclusões de obras a cada cinco anos”.
Tarifa
Há dúvidas sobre a forma como será implementado o free flow na região. O modelo em vigor nas rodovias da Serra e do Vale do Caí desagrada líderes locais. A cobrança eletrônica adotada em Flores da Cunha entrou em operação em dezembro do ano passado e substituiu a antiga praça de pedágio.
Entre o grupo regional, a solicitação é pelo pagamento diluído a partir do número de arcos automáticos que o veículo passa. Já o Estado defende um modelo de tarifa integral, com cobrança em um pórtico por trecho concedido.
“Agora avaliamos o quilômetro rodado e não só o valor nas cancelas. Defendemos vários pontos espalhados pelas rodovias. Pórticos devem cobrar valores pequenos e a soma do trajeto é que importa”, frisa Rosa.
Detalhes do bloco 2
- O bloco abrange 17,5% da população gaúcha e compreende trechos das rodovias ERS 128, 129, 130 e 453 no Vale do Taquari;
- Também fazem parte as rodovias ERS-135, ERS-324 e BR-470, que conectam Nova Prata à cidade de Erechim, norte do Estado;
- O futuro concessionário terá a obrigação de duplicar 282,7 quilômetros de rodovias;
- Há previsão de construção de 48 passarelas e 173 dispositivos de interseção;
- Entre os destaques das obras, estão a duplicação da ERS-324, no trecho entre Passo Fundo e Marau, conhecido como rodovia da morte;
- Outro destaque é a duplicação da ERS-130, a rodovia estadual no Vale com maior movimento.