“O efeito que uma corrida tem  na mente é sensacional”

ABRE ASPAS

“O efeito que uma corrida tem na mente é sensacional”

A designer gráfica e gestora de Inovação e Tecnologia do Inova RS, Fernanda Ost, 38, encontrou nas corridas um estilo de vida. Impulsionada por situações familiares e influência de pessoas próximas, passou a correr com frequência a partir do ano passado. Hoje, é frequentadora assídua de rústicas e eventos regionais

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“O efeito que uma corrida tem  na mente é sensacional”
Arquivo pessoal

Quando começou teu interesse por correr?

Foi uma soma de fatores: acontecimentos, pessoas e uma consciência do que queria para minha vida. No final de 2017 meu pai faleceu devido a paradas cardíacas decorrentes de uma insuficiência cardíaca, dentre outros problemas de saúde. Foi um ano extremamente difícil. E eu jurei não passar por isso. Prometi cuidar mais da saúde, valorizar a maravilha que é viver, aproveitar essa jornada. Foi quando a atividade física começou a fazer parte da minha rotina, juntamente com o Yoga, prática que me auxiliou muito. Especificamente com a corrida, o interesse surgiu em uma prova de 5 km na Praia do Rosa, em 2022. Sofri muito para concluir, mas tive muito incentivo e apoio de uma grande amiga, que passou a prova correndo do meu lado e não me deixou parar.

Como foi a tua primeira participação em uma rústica ou evento de corrida?

Fiz algumas, como a de despedida do Estádio Olímpico do Grêmio em 2012 e outras rústicas em anos seguintes. Mas todas “bem de boa”. Mas uma delas me marcou muito e virou a chave: a Rústica de Estrela, no ano passado. No final da prova, um senhor, acompanhado da esposa, me procurou e pediu se poderia me dar conselhos sobre corrida, que tinha me visto correr ao lado dele em boa parte do percurso, mas achava que eu poderia melhorar. Escutei atenta todas as dicas e saí de lá decidida a procurar ajuda. Me inscrevi no Galgos, grupo de corrida, para ter acompanhamento e treinos diversificados.

O que representa para você estar em uma corrida? Quais os ganhos para a tua rotina diária?

São inúmeros ganhos, mas vou destacar a saúde mental. A saúde física, sem dúvidas, é um ganho importantíssimo, mas o efeito que uma corrida tem na mente é sensacional. Acho que ouso comparar com uma meditação ativa. Talvez uma conversa intensa sem falar uma única palavra.

Você é uma incentivadora da participação feminina nas corridas. Qual é a sensação de ver esse espaço sendo cada vez mais ocupado por mulheres?

Eu vibro toda vez que entra uma mulher no grupo de corrida ou que encontro uma correndo na rua. Quanto mais somos, mais confiantes ficamos e mais espaço abrimos para outras. Os desafios são os mesmos das mulheres que não correm e isso acaba afetando uma atividade que deveria ser simples. Mas, mesmo com mais dificuldades, já chegamos a ser maioria nas provas de rua em 2017. Os dados são otimistas, mas além dos números, precisamos de respeito, credibilidade e incentivo, independente do gênero. Que possamos nos apoiar e alicerçar umas nas outras para gastar muito tênis, tranquilizar a mente, alimentar a alma e aquecer o coração.

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