Produção de mudas nativas foi pauta do quadro Meio Ambiente, do programa O Vale em Pauta desta sexta-feira, 3. Em entrevista, o mestre em Sistemas Ambientais Sustentáveis Augusto Pretto Chemin fala da importância de manter uma faixa de mata na beira dos rios para que possa reduzir a correnteza em enchentes.
“Infelizmente, na nossa realidade é diferente. A faixa de mata na beira do Rio Taquari é quase inexistente e, isso contribuiu para a força das águas que saiu devastando tudo que aparecia pela frente”, destaca.
De acordo com o especialista, deveriam existir de 30 a 50 metros de mata ciliar às margens dos rios. “A presença da vegetação é extremamente importante. Todos os municípios deveriam se reunir e trabalhar juntos na conscientização da população”, acrescenta.
Chemin atua em projeto há uns dois anos e realiza estudos de áreas do Rio Forqueta e Taquari. “Esse projeto inclui técnicas de restauração para fazer com que a vegetação volte ao normal. Levantamento feito e a partir disso, foram escolhidas as espécies para plantar. É feito um trabalho juntos aos moradores das áreas próximas onde é explicado todo o processo de plantio de mudas nativas totalmente gratuitas. Alguns não aceitam por estarem usando a área para pastagem e outros fins, mas a grande maioria foi degradada com a última enchente, então, acabam colaborando e aceitando o plantio de mudas nativas”, explica.
Além disso, ele alerta que todas as ações preventivas de enchente precisam ser a nível de bacia. “Precisamos evoluir muito, pois algumas pessoas não dão a devida atenção às beiras dos rios. Como falei anteriormente, se tivesse uma maior faixa de vegetação às margens, os danos seriam consideravelmente menores”, garante.
Com projeto realizado em Marques de Souza, após dois anos e meio, já é possível visualizar um novo cenário. “Árvores com 8 metros de altura. A cidade virou praticamente uma floresta. A conscientização da população é muito importante no processo”.
Assista a entrevista na íntegra