Escola em Encantado teme o esquecimento após catástrofe

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Escola em Encantado teme o esquecimento após catástrofe

Corpo docente da Escola Antônio de Conto se preocupa com o andamento das ações necessárias para retomarem às aulas no local

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Atualizado quarta-feira,
18 de Outubro de 2023 às 19:21

Escola em Encantado teme o esquecimento após catástrofe
A diretora da escola, Vanessa Agostini Gianezini, segura um quadro do educador Antônio De Conto, um dos primeiros professores de Jacarezinho. O objeto também foi danificado pela enchente. (Foto: Matheus Giovanella Laste)

Localizada no bairro Jacarezinho, a Escola Estadual Antônio de Conto foi uma das instituições fortemente atingidas pela enchente de setembro. Com a água tendo praticamente coberto a estrutura, os danos e prejuízos são enormes. O Governo do Estado interditou o local após uma vistoria que estabeleceu que seria preciso realizar reformas na escola para o retorno dos alunos. Atualmente, os 200 estudantes que frequentavam a instituição se deslocam até a escola municipal Oswaldo Aranha (desabilitada em 2022), na Linha Barra do Coqueiro, distrito de Valdástico.

Conforme a diretora do educandário, Vanessa Agostini Gianezini, os maiores danos foram estruturais e por meio da perda de diversos materiais. “A parte elétrica, os móveis, o forro, piso e o telhado foram muito prejudicados. Nenhum livro da biblioteca ficou inteiro. Partes da estrutura, que a princípio não pareciam perdidos, começaram a inchar com o tempo”, acrescenta. Durante a cheia eles não conseguiram salvar muito. “Retiramos alguns documentos dos alunos, material de informática, alguns televisores e computadores”, pontua Vanessa.

Atualmente, o desejo do corpo docente e de vários pais é que as reformas iniciem logo para que a normalidade volte a ser estabelecida. “O nosso medo é sermos esquecidos. Não queremos que as coisas fiquem como estão. Mesmo com as aulas na Barra do Coqueiro, a nossa vida virou de ponta cabeça, essa situação deve ser encarada como transitória, ainda não podemos ficar tranquilos”, salienta a diretora. Após a vistoria feita pelo governo, os profissionais presentes solicitaram que os membros escolares esperassem pelas ações que o Estado iria mobilizar.

“Levantaram a possibilidade de trocar de endereço e construir em outo lugar, mas sabemos que isso precisaria de um investimento grande. A comunidade escolar está muito ansiosa enquanto esperamos por algum movimento”, enfatiza Vanessa. A Escola Estadual Antônio de Conto atende do primeiro ao nono ano, conta com cerca de 200 alunos oriundas de 12 comunidades interioranas de Encantado e 29 colaboradores entre professores e funcionários que agora exercem suas funções na Oswaldo Aranha.

Em nota, a Secretaria da Educação e Cultura de Encantado (Sec) informou que segue analisando as diferentes alternativas para alocação permanente da escola. Assim que houver posicionamento oficial sobre o assunto, será comunicado à comunidade escolar.

Percepção  dos pais

A empresária Tatiana Orsolin Bagatini, 42, reside no bairro São José e tem duas filhas. A mais velha frequentou a escola do pré ao nono ano, a caçula está no quinto ano e é uma das alunas que frequentam as aulas na Barra do Coqueiro. Segundo a mãe, a jovem sente falta da escola anterior. “É a primeira escola dela, certamente tem muita admiração pelo local. Como pais agradecemos o acolhimento na Oswaldo Aranha, mas ainda existe uma preocupação já que é mais longe, o que faz com que as crianças assem mais tempo no trânsito”, conta.

Mesmo que a ideia de mudar de endereço não resulte em nenhuma ação concreta, Tatiana acredita que os pais não terão receio que seus filhos retornam as aulas no local original. “Queremos voltar quanto antes. Enchentes podem ocorrer, mas se todos tiverem esse medo as pessoas não regressariam nem para suas casas. Eu e vários pais queremos unir nossas forças com lideranças políticas que possam auxiliar nesse retorno”, conclui Tatiana.

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