Lajeado não atinge cobertura vacinal desde 2020

ENTREVISTA | O VALE EM PAUTA

Lajeado não atinge cobertura vacinal desde 2020

Dos 37 municípios da 16ª Regional, dentro da avaliação do Ministério da Saúde, 83% estão com o risco alto ou muito alto de reintrodução da poliomielite

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Lajeado não atinge cobertura vacinal desde 2020
Juliana Demarchi, coordenadora da Vigilância Epidemiológica (Foto: Rodrigo Gallas)

Com o objetivo de alertar e chamar a atenção da população de um modo geral quanto a importância e necessidade de manter o calendário vacinal em dia, a prefeitura de Lajeado faz, durante todo o mês de outubro, a campanha de multivacinação.

A coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Juliana Demarchi, esclarece que desde 2016, o estado não atinge a meta vacinal. Não somente em vacinas relacionadas à poliomielite, mas todas as doenças do calendário básico das crianças menores de 5 anos. E em Lajeado, especificamente, desde 2020 não é atingida a cobertura. A única que está sendo alcançada é a BCG – vacina contra a tuberculose, feita logo nos primeiros dias de nascimento da criança.

“Neste ano, da poliomielite, estamos com cobertura vacinal de 63% para a terceira dose que seria o fechamento do primeiro esquema vacinal para crianças menores de 1 ano. Temos cerca de 1,2 mil crianças menores de um ano no município e, até o momento, tivemos 319 crianças vacinadas conforme o último boletim do Ministério da Saúde. Esses números mudam conforme alcançamos mais doses aplicadas”, declara Juliana.

Ela destaca, ainda, que a poliomielite está eliminada na grande maioria do mundo, casos ativos no Paquistão, Afeganistão e, neste ano, novos casos foram confirmados na Tansânia. Ela não é erradicada, pois o vírus ainda existe e tem novas vítimas. Está eliminada e controlada pela vacinação. “A partir do momento em que as coberturas vacinais caem abaixo dos 90%, a possibilidade de reintrodução da doença é grande. Trabalhamos hoje na 16ª regional de saúde, são 37 municípios dentro da avaliação que o MS fez, 83% estão com o risco alto ou muito alto de possibilidade da doença voltar, pela falta de vacinação ou circulação de pessoas de outras regiões do mundo aliado a baixa cobertura vacinal”.

Doenças causadas pela água da enchente

De acordo com informações da Vigilância Epidemiológica de Lajeado, não houve repercussão significativa em relação às doenças causadas pela enchente. Vários casos suspeitos de leptospirose, porém, somente três foram confirmados e seguem em tratamento. Não foi necessária nenhuma internação.

Dia D de Vacinação

De iniciativa do Ministério da Saúde, o objetivo é buscar o resgate das coberturas vacinais a nível nacional. A campanha se estende até o dia 28 de outubro. Em Lajeado, ações são realizadas desde o início do mês com estratégias e horários diferenciados de vacinação para que a população consiga se dirigir até os postos de saúde e garantir a imunização. Algumas unidades de saúde estão com horários estendidos até às 18h e, aos sábados das 8h às 14h.

Todas as vacinas disponíveis são as de rotina. Nesse período, segundo Juliana, não será feita nenhuma dose a mais do que já está no calendário vacinal.

Locais e horários de atendimento

Dia 21 de outubro – Posto de Saúde do Centro, aberto das 8h às 14h;
Dia 28 de outubro – Unidades de Saúde do bairro Conventos e Jardim do Cedro que funcionam das 8h às 14h.

Assista a entrevista na íntegra 

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