Quando começou o contato com a literatura?
Desde muito nova, entre meus 3 e 4 anos, meus pais liam contos de fadas todas as noites na hora de dormir. Tinha uma coleção de livros infantis, era simples, comprada no mercado, mas necessária para que eu conseguisse pegar no sono. Com o passar do tempo, aprendi a ler, desenvolvi o hábito e entendi o que gostava ou não. No ensino médio, me distanciei um pouco. Entretanto, logo depois que me formei, voltei para esse mundo com muita saudade. Percebi o quão forte era, e ainda é, meu amor por livros. Isso foi definitivo para que eu escolhesse Letras como meu curso.
Qual a importância dessa prática no dia a dia?
Tem uma frase que eu gosto: O que a literatura faz é o mesmo que acender um fósforo num quarto escuro. Não lembro onde li, mas ela é muito verdadeira. A literatura é a nossa maior conquista. Criar histórias e tocar o outro com nossas palavras. Ela nos humaniza e é uma das únicas coisas capazes de fazer com que a gente entenda a nós mesmos, o outro, a sociedade e o mundo. Ela tem essa grande capacidade de transformação. Hoje eu sou o que sou porque conheci muitas histórias, personagens e opiniões diferentes da minha. Acima de tudo, o conhecimento trazido por ela é nossa grande arma. Ninguém tira isso de nós.
Tem alguma meta pessoal em relação à leitura?
Meu objetivo é fazer com que as pessoas que estão ao meu redor, na minha vida e até meus futuros alunos leiam. Principalmente, que elas peguem gosto pela leitura, percebam esse impacto e poder de transformação que ela tem. Seja uma pessoa ou mais, será uma grande conquista.
Você tinha um perfil literário no Instagram. Quando decidiu criá-lo e porque?
Criei o Book In The Shelf para incentivar a leitura. Sou muito grata pelo retorno que tive. Muitas pessoas me procuravam para indicações, conversar sobre opiniões de livros ou, ainda, falar que liam algumas coisas por minha causa. Hoje, não posto mais no perfil. Parei porque, além da falta de tempo, para mim a literatura é muito mais do que o que eu postava. Percebi que estava diminuindo o que ela de fato é. Mesmo que gostasse de fazer aquilo, percebi que não queria tornar a literatura naquela coisa pequena. O perfil existe, mas as postagens estão arquivadas.
Quando e como virou redatora do Querido Clássico?
Conheci a Querido Clássico, blog sobre literatura e arte, pelo Instagram. Lembro que, logo que comecei a acompanhar o perfil, eles postaram que estavam procurando redatoras. Na época, estava escrevendo ensaios sobre minhas leituras. Me candidatei, semanas depois fecharam as inscrições, avaliaram os textos e eu fui aprovada. Fazer parte da equipe é uma experiência maravilhosa. É um grupo de mulheres redatoras que escrevem sobre as mais diversas artes. Treinamos nossa escrita e compartilhamos nossas ideias.