Uma nova elevação no nível do Rio Taquari deixou 23 famílias desalojadas em Lajeado. No meio-dia de domingo, 8, a cota chegou a 21,81 metros, pelas medições da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM). Com previsão de chuvas volumosas e temporais para quarta e quinta-feira, 11 e 12, moradores permanecem no abrigo do Centro Esportivo Municipal (CEM), pelo menos até o fim da semana.
O alerta é também da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema). O acumulado das chuvas deve variar de 60 a 110 milímetros no período. Coordenador da Defesa Civil de Lajeado, Gilmar Queiroz diz ainda não ser possível liberar as famílias.
Entre os desalojados, está o casal Adriano da Rocha Almeida, 29, e Vitória Monteiro, 22, moradores da Rua Ethel Maria Mallmann, no bairro Conservas. Pais de dois meninos de 5 e 1 ano e meio, a família chegou ao abrigo no Centro Esportivo Municipal perto das 4h da madrugada de sábado.
“Nós estávamos acompanhando as medições, mas o pessoal não sabia o nível certo da água e, para prevenir, tiramos nossas coisas”. Almeida diz ter faltado cerca de um metro para as águas entrarem na residência. Mesmo sem atingir a casa, diz ter sido a decisão certa. “Temos duas crianças pequenas e, para não ficar com elas na água, resolvemos sair”.
Esta é pelo menos a quarta enchente que passam. Na cheia do início de setembro, a água atingiu o telhado da residência e eles ficaram na casa de amigos até as paredes secarem e eles poderem retornar à estrutura. Agora, a ideia é encontrar um novo local para morar. O problema é o alto custo dos aluguéis e a exigência, por parte das imobiliárias, de um adiantamento de três meses do valor como caução.
“Está tudo acima de mil reais e o aluguel social difícil de conseguir. Está bem ruim de achar uma outra casa que não pega água”, ressalta.
Alternativas à habitação
Secretária de Habitação e Assistência Social de Lajeado (Sthas), Céci Maria Gerlach diz que a situação preocupa e que a pasta se sensibiliza com as famílias que haviam recém voltado às residências. “Eles estavam ainda em um processo de reorganização da sua moradia e tiveram que ser novamente retirados para um abrigo”.
De acordo com a secretária, a ideia é que as famílias não retornem para as mesmas residências, sob o risco de passarem pela situação outra vez. Em curto prazo, diz que a solução é o aluguel social. A médio e longo prazo, ela cita a construção das novas moradias por meio do governo.
“É um projeto co-financiado com o governo federal e estadual. Estão ainda em tratativas com a prefeitura. É um processo um pouco demorado e burocrático. Mas o município já sinalizou as áreas, os engenheiros fizeram avaliação”.
De acordo com a secretária, 150 casas da modalidade calamidade devem ser construídas em sete áreas, nos bairros Conventos, Conservas, Morro 25, Jardim do Cedro e Campestre. Já os imóveis pelo Minha Casa, Minha Vida serão em dois terrenos, nos bairros Santo Antônio e Igrejinha.