A unidade de Encantado da Carrer Alimentos deverá retomar a produção de ovos férteis ainda em 2023. Conforme a previsão do diretor Natal Gusi, o objetivo é que em dezembro as atividades industriais voltem a funcionar em ritmo normal, após a estrutura de oito mil metros qudrados ser atingida pela enchente no início de setembro.
Atualmente ocorre o processo de limpeza e manutenção de máquinas. Todos os setores da Carrer Alimentos foram atingidos, como área de estufa, incubatórios e depósitos. “Ainda nesta semana chegam profissionais de São Paulo e Santa Catarina. São equipes que vão avaliar as máquinas e ajudar a colocar as coisas no lugar”, explica.
Enquanto a unidade situada no bairro Porto XV está desativada, a produção é feita por meio de terceirização. Um dos espaços utilizados fica em Teutônia. Existem tratativas com empresas de Encantado, para que mais locais possam ser aproveitados temporariamente.
A Carrer Alimentos produtos ovos férteis que são encaminhados para duas granjas situadas nas localidades de Linha Anita e Garibaldi, no interior de Encantado, além da venda para outros locais. A produção diária era de 110 mil ovos por dia, além de 600 mil pintos por semana e o objetivo é retomar esta capacidade o mais breve possível.

Foto: Henrique Pedersini
Mudança de local descartada
Instalada no mesmo endereço há cerca de 20 anos, a Carrer não cogita uma mudança para outra área do município ou fora dele. Conforme o diretor, há otimismo que a retomada seja viável no mesmo endereço. “Vínhamos em um momento muito bom e voltaremos rapidamente. Já houve outras enchentes e sempre conseguimos dar a volta por cima”, avalia.
Um dos desafios é quanto a mão de obra. Antes da enchente, atuavam na fábrica 65 profissionais. A maioria foi demitido em função da inatividade. O processo de contratação está previso para novembro, de forma gradativa.
Recuperação judicial
Gusi explica que o processo de recuperação judicial enfrentado pela empresa não interfere diretamente no trabalho de retomada da unidade de Encantado. Após a enchente de setembro, a empresa fez a solicitação com a alegação que a perda de 2,5 milhões de ovos e 1,5 milhão de pintos inviabilizava o trabalho em outras sedes como Farroupilha e Boa Vista do Sul. O endividamento informado foi de R$ 129 milhões.