A um ano do pleito, partidos começam articulações

ELEIEÇÕES 2024

A um ano do pleito, partidos começam articulações

Siglas partidárias se movimentam para a corrida eleitoral. Nos municípios mais populosos da região, há pré-candidatos indicados. Entre eles, prefeitos que disputam a reeleição, ex-prefeitos e vereadores

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A um ano do pleito, partidos começam articulações
Crédito: Divulgação
Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

No dia 6 de outubro de 2024, mais de 290 mil eleitores irão às urnas na região para eleger os novos representantes aos executivos municipais e também para os parlamentos. Até lá, os partidos e possíveis postulantes aos cargos em disputa terão intensas movimentações, articulações e conversas. E, mesmo faltando um ano, o cenário começa a se desenhar em algumas cidades.

Nos sete municípios mais populosos da região, há pré-candidaturas declaradas e coligações encaminhadas. Também existem disputas internas em algumas siglas. Entre os nomes cogitados para o ano que vem, estão prefeitos em busca da reeleição, vices, ex-prefeitos e vereadores.

Desde o começo da semana, a reportagem conversou com líderes partidários e os prováveis candidatos às eleições para entender como está o jogo das coligações. Confira, cidade a cidade, quais as perspectivas às urnas.

LAJEADO |Três frentes

Na cidade mais populosa do Vale, há uma forte tendência por três frentes em 2024. Uma delas é do grupo que comanda a cidade desde 2016, liderado pelo PP. O atual prefeito Marcelo Caumo não pode concorrer, o que abre caminho à vice, Gláucia Schumacher, ser a sucessora natural ao cargo.

Presidente da sigla, Natanael dos Santos comenta que “há três nomes em avaliação”, mas nega uma preferência dos correligionários no momento. “Não há uma definição de quem será o nome para a majoritária. E há conversas também, para avaliarmos se vamos de chapa pura ou teremos composição com os demais partidos”, frisa.

Os dois principais aliados estão de olho na indicação para vice. No PL, um dos nomes cotados é o do atual secretário de Meio Ambiente, Luis Benoitt. Ele despista. “A executiva estadual deseja que todos os municípios tenham candidatos a prefeito ou vice, e em Lajeado trabalhamos com essa possibilidade, visto que temos bons nomes a serem lançados aqui”.

Já no PSDB, o atual presidente e secretário de Cultura, Esporte e Lazer, Carlos Reckziegel, defende um protagonismo maior em 2024. “Não existe possibilidade de não participarmos de uma candidatura majoritária. Temos muitos nomes bons e qualificados, quadros novos surgindo. Ou vamos ter candidato a prefeito ou vice, seja com o PP ou outro partido”.

No campo da oposição, o MDB confirma o vereador Carlos Ranzi como pré-candidato. Ele recebeu o apoio de outros parlamentares. “O objetivo de termos lançado ele tão cedo é que precisamos torná-lo mais conhecido”, revela o presidente da sigla, Celso Cervi. O partido não abre mão da cabeça de chapa, mas está disposto a dialogar com todos os partidos.

Embora também tenha um pré-candidato declarado, o vereador Sérgio Kniphoff, o PT se mostra favorável a uma ampla composição. “Entendemos que é preciso fazer um diálogo, não apenas com partidos, mas com todas as forças da sociedade que tem interesse em discutir um projeto diferente”, destaca o presidente, Auri Heisser.

ESTRELA | Mistério e muitos nomes

Estrela teve sete postulantes na eleição passada. Mas as mudanças no perfil de algumas siglas contribuem para uma mudança no cenário. PSL e DEM, que tiveram candidaturas em 2020, se fundiram para a criação do União Brasil. Boa parte dos dissidentes das siglas migraram ao PL, outro partido que teve concorrente há quatro anos.

A entrada do PL no governo de Elmar Schneider deixa em aberto a possibilidade de uma candidatura própria, diante do posicionamento em nível estadual. No entanto, o presidente da agremiação, Felipe Diehl, nega. “Em 2024, faremos parte do projeto liderado pelo prefeito Schneider e na reeleição do atual governo. Entendemos que o que está dando certo deve ter continuidade, somos e seremos fiéis a essa ideia”, garante.

Como oposição aberta ao atual governo, o PP desponta com dois nomes: os vereadores João Braun e Márcio Mallmann. Os progressistas ainda conversam com outros partidos, mas no caso de uma chapa “puro sangue”, Braun concorreria a prefeito e Mallmann a vice. Os parlamentares foram os dois mais votados em 2020.

O surgimento do União Brasil abre possibilidade para a ex-secretária de Desenvolvimento, Inovação e Sustentabilidade, Carine Schwingel concorrer. A presidente do partido no município aponta que a prioridade é a formatação da sigla, situação pela qual deixou o governo, porém acrescenta que “o diretório estadual pode indicar uma candidatura majoritária”.

Outro partido que deve ter candidatura própria é o Republicanos. Ex-vice e postulante pelo PL em 2020, Valmor Griebeler reforça que concorrerá novamente. O nome do vereador Humberto Rerig surge nos bastidores como uma alternativa. Já o PT, também estuda uma candidatura própria, sendo a professora Denise Goulart, que concorreu há três anos, como o nome mais provável.

ARROIO DO MEIO | Sem polarização

Acostumado a disputas polarizadas entre MDB e PP, Arroio do Meio pode ter o dobro de candidaturas em 2024 na comparação com 2020. Além das duas siglas mencionadas, o certame pode ter também postulantes do PT e do PL. Seria um recorde na história do município.

No PP, tanto o prefeito Danilo Bruxel quanto o presidente do partido, Carlos Black, destacam que a prioridade no momento é a reconstrução do município após a enchente de setembro. No entanto, a tendência é do atual chefe do executivo tentar a quarta vitória – as demais foram em 2000 e 2004 –, com apoio do PDT, da atual vice Adriana Lermen, e do Republicanos.

Já no MDB, que governou Arroio do Meio de 2009 a 2020, o presidente Rodrigo Kreutz, garante que há “oito nomes em condições de concorrer”. Entre eles, os seis vereadores e os ex-prefeitos Sidnei Eckert e Klaus Schnack. Internamente, no entanto, a preferência é por Eckert, que já comandou a cidade por dois mandatos. O PSD é um aliado em potencial.

O PT tem no ex-vereador e ex-scretário de Agricultura Paulo Grassi, um pré-candidato em potencial. Já o PL pode filiar o ex-vereador Darci Hergessel (hoje no PDT) e lançá-lo ao cargo, mas há outros nomes que podem surgir.

VENÂNCIO AIRES | A trilogia

Adversários nas duas últimas disputas, Jarbas da Rosa (PDT) e Giovane Wickert (PSB) devem novamente se enfrentar nas urnas em 2024. Em 2016, Wickert levou a melhor. Em 2020, Rosa deu o troco e tenta a reeleição. As conversas para coligações, no entanto, estão num estágio inicial.

O desejo de Rosa é contar com o mesmo grupo que integra a base aliada, como o MDB (da vice-prefeita Izaura Landim) e o PSD. Já Wickert pode receber o apoio do PSDB e do Podemos, sigla em que está filiado seu antigo vice, Celso Krämer.

A disputa, no entanto, não deve ficar restrita aos dois candidatos, como em 2020. O PL avalia lançar o ex-vereador Alexandre Wickert ao Executivo. O PT, que já fez parte de administrações passadas do PDT, também avalia o cenário e busca viabilizar um nome ao cargo.

ENCANTADO | Indefinições

O ingresso de Jonas Calvi no PSDB não alterou o cenário de incertezas em Encantado. O atual prefeito vai tentar a reeleição, afirma o presidente da sigla, Rogério Conzatti. No entanto, em função da enchente do Rio Taquari, destaca que as tratativas sobre coligações estão “em stand by”. O PDT, que já faz parte da administração, é um potencial aliado.

No PP, partido que mais governou Encantado na história, há “diversos nomes cotados”, segundo o presidente, Renato Dalberto. “O Marino Deves, o Sander Bertozzi e o Enoir Cardoso são pré-candidatos naturais, e sempre surge um quarto, que é o Paulo Costi, ex-prefeito”. Embora tenha aberto diálogo com diversas siglas, destaca o desejo em liderar a majoritária.

O MDB, que indicou o vice do PP em 2020, também realça a intenção de ter um candidato em 2024. “A ideia é ter uma chapa pura. Somos um partido que ainda mexe com uma quantia grande de votos na cidade, pois temos muitos filiados”, afirma o presidente, Celso Cauduro. Entre os nomes cotados, a vereadora Yê é quem mais se dispõe a concorrer.

Por fim, o PT lançou o ex-vereador e presidente do Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat), Luciano Moresco, como pré-candidato. “Fui indicado pelo partido. No entanto, isso não fecha nenhuma porta, pois estamos abertos a conversar com todos os partidos, especialmente com aqueles que tem visões próximas as nossas para possíveis coligações”, garante.

TEUTÔNIA | Revanche?

O cenário apresentado em Teutônia em 2020 deve ser repetido no ano que vem, com três postulantes ao governo. O atual prefeito Celso Forneck (PDT) é um provável candidato, de acordo com o presidente da sigla, Juliano Körner. Existe a possibilidade de manter a aliança com o PL da vice-prefeita Aline Röhrig Kohl, situação tratada como “tendência” pela sigla.

Prefeito entre 2017 e 2020, Jonatan Bronstrup (PSDB) reforça que o partido terá candidatura própria e que existem conversas de bastidores com outras siglas. A tendência é que ele volte a concorrer, diante do histórico à frente da administração e do desempenho considerado positivo na eleição de 2022, quando buscou vaga na Assembleia Legislativa e fez quase 7,5 mil votos.

Recém-filiado ao PSD e chefe do Executivo entre 2009 e 2016, Renato Altmann é o único pré-candidato confirmado no município. O presidente da sigla, Cleudori Paniz, acredita que “o nome tem boa aceitação” e avança nas articulações com outros partidos. O Cidadania anuncia apoio a Altmann, no entanto forma federação com o PSDB, e o cenário pode se modificar a partir disto.

TAQUARI | Possível reedição

Apesar de algumas desavenças recentes, a dobradinha PDT-PT deve se repetir para 2024, com o prefeito André Brito e o vice Ramon de Jesus disputando a reeleição. O PSB, que apoiou a coligação em 2020, no entanto, pode buscar um outro caminho para o próximo pleito.

No campo da oposição, incertezas. O PSDB tem alguns nomes cotados. Entre eles, o ex-prefeito Cláudio Martins, e o ex-vereador João Batista, que concorreu ao Executivo em 2020, sem sucesso.

O PP pode ser um eventual aliado dos tucanos, após optar por não apoiar candidaturas majoritárias no último pleito. Outro partido com futuro indefinido é o MDB, que se diz aberto a dialogar com todas as siglas.

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