Trabalho inédito resgata fragmentos antigos em obra na Igreja Evangélica

Vale do Taquari

Trabalho inédito resgata fragmentos antigos em obra na Igreja Evangélica

Univates e Ceat fizeram parceria para acompanhamento e salvamento arqueológico no local. Um dos materiais encontrados remete à antiga casa dos pastores, que funcionava junto a edificação

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Trabalho inédito resgata fragmentos antigos em obra na Igreja Evangélica
Iniciativa surgiu após um pedido de professores do colégio/ Foto: Divulgação
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Parceria entre o Laboratório de Arqueologia da Univates e a Colégio Evangélico Alberto Torres (Ceat) busca preservar a história da Comunidade Evangélica do município. O trabalho de salvamento arqueológico ocorre em uma obra feita junto à igreja, na rua Júlio de Castilhos e já identificou fragmentos de antigas construções.

Trata-se de um trabalho inédito na cidade, conforme a coordenadora do laboratório, Neli Galarce Machado. O acompanhamento foi solicitado por professores da instituição de ensino, e tem atraído também a atenção de alunos. A equipe permanecerá atuando local pelo menos até a próxima semana.

“Os professores do Núcleo de Humanidades do Ceat acharam interessante a escola nos chamar para fazermos esse acompanhamento, pois é uma área de interesse histórico. Essa obra tem relação com a antiga igreja que existiu no local e também com a antiga escola, que funcionou dentro da igreja”, comenta Neli.

Pelo fato da área ter sido bastante modificada com o passar das décadas, Neli pensou que a equipe não encontraria muita coisa no local. “Pensei que teria apenas entulho. Mas tivemos algumas surpresas, pelo fato de encontrarmos fragmentos de louças. Consultamos algumas pessoas da comunidade e nos foi falado que ali, onde é feita a escavação, havia a casa dos pastores”.

Também foram encontrados, desde então, pedaços de telhas francesas, tijolos e, na terça-feira, um ladrilho, possivelmente de uso doméstico, relata Neli. “É uma pesquisa ainda no início, e os dados históricos ainda estão por vir. Mas é uma iniciativa louvável da escola em querer preservar. Mais de 200 alunos já passaram por ali”.

História regional

Para a pesquisadora, o trabalho de acompanhamento também ajuda a resgatar um pouco da história da rua Júlio de Castilhos, que teve papel importante na urbanização de Lajeado, a partir do começo do século XX. “Também há essa conexão com a imigração, a partir da arqueologia”.

Finalizado o salvamento arqueológico, todas as peças e fragmentos encontrados serão levados para limpeza e organização. Posteriormente, o material será catalogado e entregue ao Ceat para aproveitamento no museu da instituição.

Preservação

Segundo Neli, salvamentos arqueológicos costumam ser feitos por solicitação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan) ou também pelo próprio município e Estado, quando é feito algum tipo de intervenção.

Nestes casos, porém, precisam estar amparados por leis específicas. No caso de Lajeado, lembra que não há requisição legal para que um empreendimento passe por algum tipo de licenciamento patrimonial.

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