Quase três décadas de fé e superação

LAJEADO

Quase três décadas de fé e superação

Centro Terapêutico São Francisco, localizado no bairro Imigrante, celebrou os 28 anos e o dia do padroeiro nessa quarta-feira

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Quase três décadas de fé e superação
Equipe do centro é diversificada para oferecer atividades variadas aos acolhidos/ Fotos: Bibiana Faleiro

“Eu tive um despertar de vida aqui dentro, busquei valores que estavam perdidos e me reencontrei como pessoa”. Há alguns dias de terminar o tratamento no Centro Terapêutico São Francisco, Adair Rosa, 32, diz ter encontrado na instituição do bairro Imigrante, em Lajeado, um recomeço.

Na manhã de ontem, 4, ele estava entre os acolhidos e os convidados que participaram da celebração dos 28 anos do centro, completados no dia 27 de novembro. A data do dia 4 de outubro foi escolhida para a comemoração neste ano, por marcar o dia de São Francisco.

O incentivo para procurar o serviço foi da família e, hoje, Adair quer ser exemplo para as duas enteadas. Ao longo de três meses se dedicando às atividades do centro, diz colher os frutos do tratamento e já ter recebido três propostas de emprego. Além disso, quer fazer o curso de tutor.

“Assim, vou me manter em recuperação e poder ajudar as pessoas que entram aqui muito doentes”, destaca.

Ambiente completo

O Centro Terapêutico São Francisco atende homens dependentes químicos e alcólatras, maiores de 18 anos, por um período de 4 a 6 meses. As famílias também são acolhidas, ou é feita a reaproximação com parentes. Presidente da instituição há cinco anos, Rozéli Rocha Mattos afirma que no centro, é tratado o corpo e a alma dos atendidos.

Por isso, o serviço conta com uma equipe diversificada. De acordo com ela, o maior trabalho é na saída dos acolhidos. “A gente arruma um local para morar, assim como emprego. Isso é essencial para que eles fiquem em recuperação”. Ela ainda ressalta que toda sexta-feira à noite, os egressos podem ir até a instituição, participar de uma reunião e, se quiserem, passar o fim de semana.

Com situação, muitas vezes, debilitada, tudo é ensinado do básico. Desde tomar banho, se vestir, até aulas de culinária, artesanato e atividades físicas. Na casa, tudo o que os acolhidos consomem é produzido por eles, como pães, cucas, chimias e bolos. Além disso, uma horta também fica sob o cuidado deles.

Rozéli destaca que a diretoria do centro é voluntária e o trabalho e a parceria adquiridos ao longo dos anos é que faz as portas do serviço estarem sempre abertas.

Religião

Centro criado pelos freis da paróquia São Cristóvão, Frei Albano Bohn estava entre os fundadores. Quando era pároco na São Cristóvão, foi convidado para uma reunião com assistentes sociais, em que falou sobre os centros de tratamento que conhecia. Assim surgiu o interesse em trabalhar com dependentes químicos e alcólatras na região.

Frei Albano diz ter um lema: nunca perder de vista o ponto de partida. “Muitos começam com esse ponto de vista, de querer mudar”.

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