“Foi um momento de agradecer a vida e  a possibilidade de podermos ajudar”

ABRE ASPAS

“Foi um momento de agradecer a vida e a possibilidade de podermos ajudar”

Durante a enchente histórica no Vale do Taquari, a aposentada Marisa Elisabete Dannebrock, 56, e sua família, se uniram em ato voluntário para ajudar na limpeza das cidades destruídas. Para ela, essa foi a maneira de estender a mão a quem mais necessitava naquele momento e de manifestar os valores recebidos. Mesmo sem a própria casa ter sido afetada, Marisa compartilha a experiência que vivenciou

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“Foi um momento de agradecer a vida e  a possibilidade de podermos ajudar”
Arquivo pessoal
Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Como foi o processo de auxílio?

Atuamos na cidade de Roca Sales e Cruzeiro do Sul, na retirada dos escombros e lama, em primeiro momento. Nos dias seguintes, trabalhamos na limpeza dos locais e materiais possíveis de serem reutilizados.

Como você descreveria o sentimento de ajudar as pessoas nesse momento ?

Julgamos de extrema importância nossa atitude, no sentido de levar otimismo, solidariedade e empatia. Nosso sentimento, no decorrer dos 11 dias de ajuda em Roca Sales, foi além de reforçar o ânimo dos atingidos diretamente pela catástrofe climática. Despertou em nós a importância de agradecermos cada dia o que temos e o que somos. Agradecer a vida e a possibilidade de podermos ajudar.

E como foi a decisão de juntar a família e se voluntariar?

No amanhecer do primeiro dia, assim que ficou visível a destruição da nossa região, foi uma decisão unânime, entre nós e nossos filhos, de que deveríamos nos deslocar ainda naquela manhã para Roca Sales, cidade na qual passamos parte da nossa vida. A educação dos nossos filhos, sempre foi no sentido de olhar em nosso entorno e não apenas para para si. Dessa forma, enquanto família, conseguimos dar uma das maiores lições de humanidade para eles, na prática. Além de mim e meu marido, estavam conosco meus filhos Sigrid e Bernhard, e os voluntários João Fagundes e Cleber Panho, que vieram de Vanini e Tapejara.

Já haviam presenciado outras enchentes dessa proporção?

Hoje moro em Estrela, mas devido ao trabalho do meu marido, por muito tempo não morávamos no Vale do Taquari, e nunca uma enchente teve esta proporção de destruição. Foi a maior da história do vale do taquari.

Como funcionam os Círculos de Construção de Paz que você atua?

Atualmente estamos realizando Círculos nas escolas atingidas pela enchente. Os círculos são com relação à justiça restaurativa, feitos em qualquer ambiente, tanto de empresas, quanto de famílias, dentro dos presídios etc. Nós somos facilitadores da conversa, onde se é falado de si. Agora são realizados para auxiliarmos no retorno das escolas, professores, alunos, funcionários… todos que foram, de alguma forma, afetados ou não, pela enchente catastrófica. Estamos fazendo círculos de fortalecimento após esse acontecimento, para ajudar as pessoas a retomarem suas vidas, a enfrentar a tragédia que ocorreu.

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