Um mês após o maior desastre natural da história do Vale do Taquei, seguem os debates sobre o que é possível fazer para impedir ou amenizar os impactos da elevação do volume de água em várias cidades da região. Para o engenheiro agrônomo e ex-presidente do comitê da bacia hidrográfica Taquari-Antas, Daniel Schmitz, mudanças estruturais como a construção de barragens ou dragagem do rio não representam soluções defintiivas.
Para Schmitz, o debate é mais amplo e necessita da participação de pessoas qualificadas e análise técnica das características da região. “O volume de água passa de 100 para 18 mil metros cúbicos por segundo. As estruturas físicas vão dar conta? Opções estruturais são limitadas e talvez estejam longe da calha do rio”, analisa.
O engenheiro explica ainda que a bacia Taquari-Antas possui 26 mil quilômetros quadrados de extensão, o que equivale a 9% do território do Rio Grande do Sul e há necessidade de um processo mais abrangente de qualificar as ferramentas utilizadas para prevenir os desastres. “O sistema tem que ser unificado, isso é papel do estado e união. Inadmissível Estrela e Lajeado sofrer com uma cheia seis horas depois do que ocoreu em Encantado e Muçum”, cobra.
Schmitz pediu ainda ferramentas mais confiáveis de alerta, medição e protocolos para resgate de pessoas atingidas. Além disso, o ex-presidente do comitê enfatizou a necessidade das Câmaras de Vereadores e Executivos revisarem os planos-diretores e a utilização do solo.
Acompanhe a entrevista completa