Com excedente de itens destinados para famílias atingidas pela enchente dos dias 4 e 5 de setembro, a Defesa Civil do Estado solicita apoio dos municípios. Em dois pavilhões do Parque do Imigrante, pelo menos 30 militares vindos de Sapucaia do Sul e de São Leopoldo organizam os donativos para encaminhar às assistências sociais.
Também há oito detentos do regime semiaberto do Presídio de Lajeado na operação. Em um primeiro momento, serão vistas as necessidades de ribeirinhos do Vale do Taquari. Caso seja possível, outros produtos podem ser encaminhados para a Região Metropolitana, em especial para residentes das ilhas.
Foram quase 800 famílias que precisaram ser retiradas das áreas alagáveis entre a capital e Vales dos Sinos e do Caí. Conforme o coordenador da Defesa Civil de Lajeado, Gilmar Queiroz, pela quantidade de materiais, serão necessários vários dias para conseguir organizar.
A maioria dos itens ainda nos pavilhões são roupas e calçados. “Tentamos agilizar o trabalho e ver como podemos ajudar a Região Metropolitana. Mas isso tudo é a cargo do Estado. Nós vamos ajustar e, primeiro, se tiver demanda aqui, essa será prioridade”, diz.
Chama atenção da Assistência Social o número de peças para descarte, sem possibilidade de uso das pessoas. Esses materiais vão para reciclagem ou para ajudar o canil municipal. “Procuramos evitar o desperdício. Algumas não tem o que fazer, como calçados com um pé só.”
Terceira etapa
Do episódio do início de setembro para quase um mês depois, as necessidades das famílias na região mudaram. Em um primeiro momento, eram roupas, colchões, cobertores, lençóis. Em seguida, produtos de limpeza para ajudar no retorno para casa.
Agora, diz Queiroz, há um terceiro momento. Pelo acompanhamento dos serviços públicos, mobiliário é o que mais falta. “Famílias perderam tudo. Algumas voltaram para casa sem ter móveis. Outras foram para aluguel social.”
No fim de semana, rotarianos fizeram visitas às famílias. Com uma lista de necessidade, distribuíram fogões, geladeiras, kits de botijões de gás e tubulações. “Tivemos uma mobilização em grande escala desde os primeiros dias da tragédia. Isso podemos ver pelo número de itens ainda disponíveis à doação”, afirma o coordenador da Defesa Civil.
Cestas básicas
Há um número suficiente de kits para alimentação, diz Queiroz. Além dos estoques doados, há cestas básicas do município disponíveis. “Ninguém ficou sem receber. Teve famílias mais numerosas que entregamos quatro conjuntos ao longo das últimas semanas.”
Também há verbas federais disponíveis para atendimento de catástrofes. “Caso seja necessário, também podemos fazer compras pontuais e atender as necessidades mais urgentes”, afirma.