A previsão de chuva acima da média para os próximos meses preocupa autoridades. Durante reunião na Univates, governador Eduardo Leite apresentou um prognóstico sobre o impacto do El Niño no RS.
Conforme o chefe do Executivo gaúcho, estudos mostram a possibilidade de mais episódios de cheias sobre as cidades gaúchas. “Esse prognóstico feito pelas equipes técnicas dão uma ideia do que vamos enfrentar”, alerta.
Esse excesso de chuvas sobre o sul também é acompanhado pelo governo federal. Conforme o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, o El Niño, coloca todo o país em riscos de catástrofes naturais diferentes, como seca no norte e centro-oeste e inundações no sul, com formações de ciclones extratropicais.
“O Rio Amazonas tem vários pontos sem condições de navegabilidade. Não é possível transportar itens básicos para diversas cidades. Desde alimentos, combustíveis até água”, compara o ministro.
O fenômeno El Niño se caracteriza pelo aquecimento do Oceano Pacífico. Como consequência, traz secas no centro da América Latina e chuvas constantes na parte sul do continente. Em cima disso, o governador Leite ressalta a necessidade de estratégias para mitigar novos episódios de enxurradas, com enchentes, alagamentos, queda de granizo e temporais.
“Não tenho dúvidas que vamos precisar investir. Qualificar a estrutura da Defesa Civil. Sabemos que o trabalho é feito por homens e mulheres valentes, dedicados. Evoluímos, mas precisamos de outro patamar frente às condições climáticas”, realça o governador.
Mais informações para mitigar riscos
O governo do Estado forma um grupo de trabalho para qualificar sistemas de alerta, de monitoramento das chuvas e previsibilidade de inundação, destaca o governador Eduardo Leite. “O modelo atual de alertas em casos de catástrofes passará por uma revisão profunda.”
Na avaliação do chefe do Piratini, foi identificada a necessidade de investir em radares, estudos técnicos e sistemas à Defesa Civil ser mais efetiva e eficiente tanto no alerta quanto no socorro às famílias ribeirinhas.
“No modelo atual, os alertas foram emitidos. A Defesa Civil entrou em campo. Mas esses comunicados não entendiam até onde as cidades seriam atingidas e qual seria a intensidade da enchente.”
Pelo projeto em formação, o governador salienta a necessidade de uma comunicação mais eficiente junto às comunidades. Inclusive um convênio com a Agência Nacional de Telefonia (Anatel) está em discussão para que alertas sejam disparados para os celulares em áreas de risco sem necessidade de inscrição.
O que é preciso fazer
1. Monitoramento e previsibilidade:
• Aprimorar sistemas para avaliar o montante de chuvas e os níveis dos rios. Inclusive com réguas fixas de leitura manual nos rios que deságuam no Taquari.
2. Estudo hidrológico detalhado:
• Pesquisa abrangente para compreender o comportamento do Rio Taquari e dos afluentes.
3. Comunicação e consciência coletiva:
• Criar uma cultura de conscientização sobre o risco de inundações em áreas habitadas de como reagir a alertas e evacuações.