Apuração com dados de até quinta-feira mostram que quase 1,2 mil empresas foram impactadas pela enchente em oito cidades da região. O levantamento é fruto dos mutirões in loco feitos desde o começo da semana, num trabalho conjunto entre associações e entidades comerciais, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e executivos municipais e estadual.
O total de negócios afetados se dá a partir dos formulários preenchidos durante os mutirões. Nessa sexta-feira, 22, foi a vez de Lajeado receber empreendedores locais para levantamento de informações e a contabilização das perdas em decorrência da cheia. A ação ocorreu na sede da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), no Centro da cidade.
Segundo o presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari (CIC-VT), Ivandro Rosa, o foco principal dos mutirões é o de garantir a retomada dos trabalhos para proteger o emprego e a renda da região. Para isso, destaca que o esforço conjunto entre empresários e autoridades busca traçar um plano de médio e longo prazo para recuperação econômica.
“A enchente, desta vez, deixou um rastro de estragos muito maior na comparação com eventos anteriores. Essa singularidade se reflete na diversidade das empresas afetadas, desde pequenas até grandes. Portanto, os desafios que se apresentam exigem uma abordagem diversificada”, afirmou, em entrevista ao programa Frente e Verso, na Rádio A Hora 102. 9.
Perfil
Segundo Rosa, o perfil das empresas impactadas até agora aponta para a perda significativa de matéria-prima e estoques, com 77,3% dos negócios com esse tipo de registro. Também chama atenção o número de estabelecimentos com necessidades para conserto de máquinas e compra de móveis de escritório. Por isso, foi iniciada uma campanha para doações de materiais de escritório.
Outra frente de trabalho é a busca por agilizar o acesso a créditos especiais. Uma das medidas governamentais anunciadas foi o depósito de até R$ 10 mil a fundo perdido para quem mais sofreu com a cheia. “Esse é um recurso que para algumas empresas pode garantir condições mínimas de trabalho. Para outras, não. Por isso precisamos de dados fidedignos.”
Orientações
Em Lajeado, o trabalho de coleta das informações envolveu, além da CDL, equipes do Sebrae, da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil) e do executivo municipal. A analista de projetos de inovação do Sebrae, Cláudia Kuhn, comenta que os mutirões servem também para prestar orientações aos empresários afetados pela cheia.
“Além do formulário que está sendo preenchido, nós também acabamos passando algumas orientações mais técnicas, que as pessoas necessitam. Ainda não temos noção do impacto que tivemos aqui em Lajeado, por exemplo. Então, o momento requer apoio. As empresas têm buscado esse suporte porque precisam recomeçar”, frisa.
A quantidade de formulários preenchidos, comenta Cláudia, é importante para dar uma visão de estratégia e planejamento às entidades no trabalho de auxílio às empresas. “Isso deve ser feito de forma organizada, porque são muitas coisas a serem feitas. Precisamos de um olhar amplo a toda a região”.