O que fez você se candidatar a rainha da Expocruzeiro?
Cresci em Cruzeiro do Sul e sempre me encantei pelas belezas naturais da cidade, o povo acolhedor, além da Expocruzeiro e sua importância na região. A realidade de ser soberana parecia distante há alguns anos, porém muitas pessoas foram abrindo meus olhos para esse carinho que sempre tive pelo município e no que isso poderia se transformar, me fazendo acreditar que cumpriria muito bem o papel. Assim, deixei minhas inseguranças de lado por um propósito maior, que venho trilhando com orgulho e gratidão todos os dias.
No que a experiência tem agregado em sua vida tanto agora, quanto no período pré-enchente?
Cada dia mais, percebo que ser soberana vai muito além de beleza e simpatia. Resiliência, empatia e coragem são muito necessários desde antes da eleição, até o final de cada reinado. Essas e outras virtudes agregam a mim desde então, principalmente no período pós enchente. Vivemos tempos incertos e sabemos o histórico do Vale para este tipo de desastre natural, mas, em nenhum momento, pensei viver tamanha tristeza e tanta influência nas nossas famílias, casas, comércio, festividades e programações.
Como tem lidado com o acontecido?
Felizmente minha casa não foi atingida pela cheia e minha família não perdeu a fonte de sustento. Isso fez com que tivéssemos ainda mais força para ajudar quem precisa. Eu, particularmente, reservei o meu feriado do dia 7 de setembro e final de semana para ajudar na distribuição e separação de doações, além de realizar trabalho voluntário no cadastro municipal de pessoas atingidas pela cheia. Senti-me honrada em poder ouvir e acolher cada pessoa que foi à câmara se cadastrar, pois, de alguma forma, pude estender a mão e dizer àquelas pessoas que elas não estavam sozinhas.
As festividades da Expocruzeiro este ano foram canceladas. Há expectativa de alguma outra programação?
O mínimo que podemos fazer é dar o devido tempo, respeito e apoio a todos que perderam entes queridos, aos nossos expositores, visitantes, comissão organizadora e produção. Afinal, todos os que investiram em estandes merecem expor com seu máximo potencial. Por isso, prefiro chamar de “adiamento”, já que oportunidades e programações não faltarão para 2024. A edição histórica de 20 anos da Expocruzeiro e Festa do Aipim será inesquecível e repleta de atrações para todos os públicos, como vinha sendo divulgado antes do ocorrido. Em breve será divulgada nova data.
Como vê a importância de estar envolvida e engajada com a causa nesse momento?
Não apenas por estar na posição em que estou, mas acho imprescindível o engajamento de todos aqueles que têm condições físicas e mentais de ajudar. Juntos, iremos reerguer o Vale e ele voltará ainda mais forte, limpo e belo.