Governador traz secretários ao Vale e anuncia mais ações para a reconstrução

CHEIA NO VALE

Governador traz secretários ao Vale e anuncia mais ações para a reconstrução

Entre as medidas apontadas, estão recursos para reforma de prédios de órgãos da segurança pública, a construção de moradias provisórias para famílias desabrigadas e mobiliário novo para escolas atingidas pela cheia. Estado também deve investir em novo hospital para Roca Sales. Governo federal sinaliza com mais verba a região

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Governador traz secretários ao Vale e anuncia mais ações para a reconstrução
Foto : Divulgação
Vale do Taquari

Mobilização histórica do Palácio Piratini trouxe ontem, a Encantado, uma comitiva liderada pelo governador Eduardo Leite e dezenas de secretários estaduais. O encontro buscou alinhar estratégias para as próximas semanas. Também serviu para a confirmação de investimentos importantes para a reconstrução das cidades.

Entre os investimentos detalhados, estão os R$ 8 milhões a serem utilizados para reestruturação de prédios dos órgãos estaduais de segurança pública. A central de polícia de Lajeado, que abriga quatro delegacias, bem como as delegacias de Arroio do Meio e Roca Sales sofreram graves danos. Já a sede da Brigada Militar em Roca Sales foi parcialmente destruída.

“A Secretaria de Obras Públicas está se encarregando das metodologias e fará as contratações emergenciais para que sejam feitos os reparos necessários à reutilização desses prédios. Estamos com locais provisórios para que o atendimento a população não seja afetado”, enfatiza Leite, ao lembrar que as delegacias de Lajeado estão abrigadas provisoriamente na sede da Delegacia de Combate e Repressão ao Crime Organizado (Draco).

A delegada regional Shana Luft Hartz pontua que a situação é complicada e algumas alternativas são pensadas para que o atendimento ao público não seja prejudicado. “A gente precisa ajudar e precisamos de ajuda. Não é o ideal, pois o efetivo precisa estar 100% disponível nesses momentos de enchente”, observa.

Ponte histórica

Ontem, o secretário estadual de Logística e Transportes, Juvir Costella, visitou a Ponte Rodoferroviária Brochado da Rocha, que liga Muçum a Roca Sales. Parte da estrutura foi levada pelas águas do Rio Taquari durante a enchente. Agora, autoridades buscam formas de viabilizar a reforma.

Acompanhado do prefeito Mateus Trojan e de técnicos e engenheiros, Costella comenta que se trata de uma obra “urgente” para a região, mas que necessita de um amplo trabalho de análise das condições da estrutura. “Iniciamos a primeira avaliação aqui. Entre muitas outras que temos no Estado e até no Vale, é uma obra prioritária”, pontua.

Conforme o secretário, houve um rompimento na laje da ponte, e não nos pilares, como inicialmente havia sido cogitado. “Agora vamos buscar avançar no projeto executivo, para que depois se consigam recursos dos governos estadual e federal, e possamos reconstruir essa ponte, se Deus quiser, a muitas mãos”.

Governo estadual deve executar reforma de trecho destruído de ponte histórica de Muçum (Foto: Luis Berteli/ Divulgação)

Novo hospital

O Estado também pretende auxiliar na construção de um novo hospital para Roca Sales, já que o Roque Gonzales ficou completamente danificado após a cheia do rio. A secretária de Saúde do RS, Arita Bergmann, pediu a direção da instituição para encontrar uma área não alagável, com o propósito de erguer uma nova estrutura.

A água invadiu todo o primeiro piso do prédio atual, arrancou portas, quebrou vidros e destruiu equipamentos. De acordo com a secretária de Saúde de Roca Sales e diretora do hospital, Raquel Oëstrich, os atendimentos de emergência na instituição serão retomados no dia 1º de outubro.

Mobiliário às escolas

Nove escolas serão beneficiadas com R$ 2 milhões que serão aplicados pelo governo estadual na substituição de mobiliários danificados ou levados pelas enchentes. O anúncio foi feito pelo vice-governador Gabriel Souza.

As nove escolas beneficiadas estão localizadas em sete diferentes municípios. São elas: Colégio Castelinho e Fernandes Vieira (Lajeado); Padre Domenico Vicentini e Antonio de Conto (Encantado); General Souza Doca (Muçum); Padre Fernando (Roca Sales); Mariante (Venâncio Aires); Padre Vicente Rodrigues (Santa Tereza); e Moinhos (Estrela).

Moradias provisórias

Durante a passagem pelo Vale, Eduardo Leite também confirmou que o Estado irá construir morarias provisórias. Segundo ele, trata-se de um “ponto sensível”, pois diz respeito às moradias de milhares de pessoas. Inicialmente, estão sendo mapeadas possíveis áreas para que essas unidades sejam erguidas o quanto antes, em áreas sem risco de enchente.

“Nós não podemos permitir que essas pessoas sejam vítimas duas vezes, vítimas da enchente e da desassistência do poder público. Precisamos fazer tudo o que está ao nosso alcance e evitar a burocracia desnecessária para que possamos atender quem teve prejuízos”, afirma.

O governador cita ainda que empresas da região se colocaram a disposição para ajudar na construção dessas unidades. “A iniciativa privada está se oferecendo para fazer módulos emergenciais de passagem”.

Mais recursos de Brasília

De volta a região após integrar a comitiva que veio ao Vale no domingo, 10, o secretário de Comunicação Institucional do governo federal, Maneco Hassen, garantiu que mais recursos devem chegar em breve para auxiliar na reconstrução das cidades. Áreas como a educação e a agricultura podem ganhar atenção especial.

Segundo Maneco, o valor de R$ 1 bilhão anunciado na terça-feira via Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é uma resposta aos pedidos encaminhados por líderes regionais. “Essa proximidade, com a vinda do Geraldo Alckmin, foi fundamental. Foram colocadas todas as dificuldades e, certamente, aquele não foi o último anúncio”, projeta.

Em conversa esta semana com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, Maneco expôs a situação atual da agricultura familiar após a cheia, com prejuízo bilionário. “É um setor que precisa de um olhar especial. Não só pela questão econômica, mas também de sobrevivência. Acreditamos que virá algo específico”, comenta.

Prédio que sedia quatro delegacias de Lajeado precisa de reformas emergenciais após cheia (Foto: Mateus Souza)

Reunião do secretariado
ocorreu no Centro
Administrativo de Encantado (Foto: Maurício Tonet/ Divulgação)

 

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