A cidade de Arroio do Meio enfrentou na última semana a maior cheia de sua história, com o Rio Taquari atingindo a marca de 35,5 metros na régua do Balneário Municipal. Com isso, 3,9 mil moradores (18% da população) foram diretamente afetados, a grande maioria residente dos bairros Navegantes, Tiradentes e São José.
Em resposta a essa tragédia, o governo municipal mobilizou maquinário e contou com o apoio de voluntários e equipes de cidades vizinhas para realizar operações de limpeza nas ruas e residências, além de fornecer alimentos e produtos de higiene e limpeza. Cerca de 600 pessoas ainda permanecem alojadas em ginásios nos bairros Glória, São Caetano, Barra da Forqueta e Aimoré.
Na área urbana de Arroio do Meio, os prejuízos estimados chegam a R$ 80 milhões, incluindo a destruição de duas escolas no Bairro Navegantes, a Associação dos Menores que atende o contra turno, dois postos de saúde, incluindo um na subprefeitura de Palmas também atingida. A água invadiu também a sede do Serviços Urbanos e a Secretaria de Obras.
Na última quinta-feira, o prefeito Danilo José Bruxel decretou estado de calamidade, o que garantiu um repasse de R$ 741 mil do Ministério da Integração e Desenvolvimento para ajuda humanitária. As ações envolvem a assistência aos atingidos, restabelecimento de serviços e reconstrução de espaços.
A comunidade tem se mobilizado, com espaços como o Salão Paroquial e Ginásio do Bom Jesus concentrando doações para as famílias afetadas. Todo o material é destinado às famílias cadastradas. Além disso, foi montada a Central de Alimentação no Seminário Sagrado Coração de Jesus, onde são produzidas refeições e armazenados alimentos perecíveis.
Durante esse período crítico, mais de 400 moradores foram resgatados de telhados com a ajuda de barcos motorizados, botes do Corpo de Bombeiros e helicópteros do Exército. “Os serviços administrativos trabalharam incansavelmente para fornecer a assistência necessária às pessoas. Com estas ações, desde o início das cheias, conseguimos diminuir muito o sofrimento das famílias”, destaca o coordenador da Defesa Civil, Valdecir Leandro Crecencio.
Aluguel para 200 famílias
Hoje, a câmara de vereadores deve analisar um projeto de lei que autoriza o pagamento do Aluguel Social para até 200 famílias. Essa medida se destina às casas condenadas ou destruídas, a maioria delas localizadas nos bairros Navegantes e Tiradentes. O projeto está em tramitação em regime de urgência.
Conforme matéria assinada pelo prefeito, está previsto o pagamento de aluguel por seis meses, com a possibilidade de prorrogação por até dois anos. O objetivo, segundo ele, é oferecer um local mais seguro para as famílias que perderam suas casas e resolver esse problema urgente.