A lama e os detritos espalhados pelas ruas e pelas casas dos desabrigados devem ser tratados com cuidado para que não exista riscos à saúde, especialmente das crianças. É o que falou o pediatra Fausto Steckel, em entrevista à Rádio A Hora 102.9, na tarde deste sábado, 9.
Segundo Steckel, durante a fase em que a água estava mais alta, o maior risco era mesmo o de afogamento. Entretanto, a consequência do avanço das águas por sobre cidades inteiras é representada pelos diversos tipos de substâncias perigosas com as quais pessoas de todas as idades podem entrar em contato. “A enchente atingiu fábricas, indústrias e farmácias, bem como outros lugares que trabalham com substâncias tóxicas. Todo o cuidado é necessário”, apontou.
Além disso, o pediatra explica que o risco de transmissão do tétano fica mais alto, por conta da sujeira e dos cortes que podem ocorrer ao se passar por lugares cheios de escombros de móveis, casas e ruas. “Há também as fezes de animais que foram carregadas pelas águas. Elas podem passar outras doenças”, afirmou.
Os quadros de desidratação são comuns em cenários de enchente. Fausto Steckel explicou também que as gastrointerites (as assim chamadas “viroses”) podem vir do contato com água imprópria para o consumo.
Dentre os sintomas desse tipo de doença estão:
- Diarreia
- Vômito
- Náuseas
- Cansaço
Além disso, ao recuperar pratos, talheres, copos e outros utensílios de cozinha para uso futuro, o médico disse que o detergente pode e deve ser usado. Porém, antes disso, o ideal é lavar tudo em uma solução de água sanitária em água potável.
Fausto também recomendou o cuidado com a ingestão de sanduíches, alimento muito utilizado para a distribuição às famílias desabrigadas. “Frios em geral podem estragar mais fácil. Uma massa com molho, um arroz com feijão são mais seguras, duram mais sem refrigeração”, reforçou.