Quando surgiu teu interesse pela área da nutrição?
Desde muito cedo eu soube que meu propósito profissional seria cuidar, ensinar e acompanhar as pessoas. Já quis ser professora de inglês, educadora física, mais tarde, professora de biologia. Ou seja, as áreas das ciências da saúde e educação despertavam o meu interesse. Especialmente, em uma aula do ensino médio, na qual estudávamos sobre a forma com que os alimentos e seus nutrientes são assimilados no organismo, tive a resposta da minha escolha: cuidar da saúde das pessoas, ensinando a educação nutricional e acompanhando a melhora da saúde dos indivíduos que por mim procurassem.
O que você mais considera importante na tua profissão?
O aprendizado. Aprender com a história do outro e com o que o estado de saúde dele tem a me dizer me direciona à melhor conduta, à busca pelo conhecimento e à orientação mais executável possível dentro dos diversos contextos. Através da nutrição também, assim como nas demais áreas da saúde, é possível oferecer virtudes como, empatia, atenção, escuta. Somando-se a isso, a gratidão e os resultados de melhores escolhas alimentares e da qualidade de vida são combustíveis para nós, profissionais nutricionistas, continuarmos servindo a saúde do outro, através da nutrição e da nossa principal ferramenta – o alimento.
Você acredita que as pessoas estão mais conscientes sobre a importância de manter uma alimentação e hábitos mais saudáveis?
Sim, acredito que a saúde e o tempo de qualidade para cuidar dela tem estado entre as prioridades da população. É perfeitamente perceptível os efeitos de uma nutrição de qualidade e estilo de vida saudável, fazendo com que as pessoas busquem informações e tenham interesse em continuar, pois “primeiro você muda a alimentação, depois a alimentação muda você.” Um processo que envolve autoconhecimento, comportamento alimentar, planejamento, organização e constância. Afinal, não há resultado sem processo.
Na área da nutrição infantil, você também costuma orientar mães sobre a amamentação. Quais os maiores desafios hoje nesta área?
O melhor preparo é a informação, que deve se fazer presente neste período pré-concepcional, assim como na gestação, amamentação, apresentação e introdução alimentar. Os desafios estão associados, muitas vezes, às crenças populares e mitos, que podem vir a dificultar os processos. Além disso, as intercorrências clínicas e relacionadas à técnica da amamentação e o uso de utensílios artificiais também são aspectos desafiadores. Desta forma, a informação e o preparo continuam sendo o carro-chefe na educação nutricional das crianças e estilo de vida, desde muito antes de elas existirem. É preciso pensar sobre isso, para que tenhamos adultos saudáveis. É na prevenção que deve estar o holofote.
