Moradores da comunidade Quilombola São Roque buscam por novas moradias

ARROIO DO MEIO

Moradores da comunidade Quilombola São Roque buscam por novas moradias

Apoiados pelo Movimento de Pequenos Agricultores, 17 famílias foram cadastradas e aguardam a liberação de recursos do programa habitacional

Por

Moradores da comunidade Quilombola São Roque buscam por novas moradias
Ernilda da Silva é uma das inscritas pelo Movimento dos Pequenos Agricultores. Segundo ela, muitos moradores deixaram a comunidade nos últimos anos em busca de melhores condições (Foto: Gabriel Santos)
Arroio do Meio
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

As famílias da comunidade quilombola São Roque, no interior de Arroio do Meio, almejam dias melhores com o recente anúncio da construção de novas moradias. Cerca de 17 famílias estão cadastradas junto à Cooperativa de Habitação Camponesa (Cooperhab), em um esforço coordenado pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA).

Segundo o professor Lari Hofstetter, coordenador do movimento, os registros foram encaminhados para análise documental na Caixa Econômica Federal, porém, ainda não se obteve uma resposta definitiva sobre os projetos. A comunidade, composta por 26 famílias no total, demonstra grande expectativa em relação à possibilidade de novas moradias.

Uma das inscritas é Ernilda da Silva, moradora há mais de 20 anos na região, cuja casa necessita de reformas substanciais. “Essa iniciativa é uma bênção para todos nós moradores”, afirma. Ela destaca que a esperança por melhores condições de vida levou muitas famílias a deixarem a comunidade em busca de aluguéis em outras localidades.

Hofstetter expressa otimismo quanto à concretização das moradias, considerando que os grupos como o deles são considerados prioritários pelo Governo Federal. O financiamento é obtido através do Programa Minha Casa Minha Vida Rural, cujo lançamento ocorreu em maio pelo Ministério das Cidades. A demanda por melhorias nas habitações foi inicialmente encaminhada pela Emater, após uma solicitação da comunidade.

Sobre a Comunidade

A Comunidade Quilombola São Roque é reconhecida desde março de 2004 pela União, situada no interior do distrito de Palmas. Possui reconhecimento oficial pelo Ministério da Cultura e pela Fundação Cultural Palmares, em virtude de ser formada por famílias remanescentes de quilombos históricos. A origem da comunidade remonta a um ex-escravo, conhecido como Vovô Theobaldo.

A principal fonte de renda das famílias atualmente provém da produção de alimentos. Entretanto, a área de terras íngremes e pequenas propriedades têm dificultado algumas atividades econômicas. Além da agricultura, algumas famílias se dedicam à reciclagem do lixo, diversificando suas fontes de renda.

Para prestar assistência às famílias, a Emater e a Central Pastoral da Terra, afiliada à Mitra Diocesana de Santa Cruz, oferecem suporte em diferentes áreas.

Habitação Rural e Perspectivas Futuras

No Rio Grande do Sul, estima-se que a primeira etapa do programa de habitação rural contemple em torno de 900 projetos. Na região, cooperativas associadas ao Movimento dos Pequenos Agricultores estão encarregadas de registrar as propostas. A aprovação final é de responsabilidade do Ministério das Cidades.

Os subsídios para as habitações variam de acordo com a necessidade e podem oscilar entre R$ 40 mil e R$ 75 mil reais, sendo distribuídos em faixas de acordo com critérios pré-estabelecidos.

Acompanhe
nossas
redes sociais