Especialista detalha cuidados durante período da amamentação

NOSSOS FILHOS

Especialista detalha cuidados durante período da amamentação

Entender dificuldades e necessidades do processo e ter o acompanhamento profissional e uma rede de apoio é fundamental. Fazer com que as mães se sintam acolhidas e compreendidas é essencial para a saúde delas e dos bebês

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Especialista detalha cuidados durante período da amamentação
Pediatra fala sobre cuidados com a amamentação e importância do acompanhamento médico e apoio familiar no processo (Foto: Rodrigo Gallas)
Lajeado

O processo de amamentação é um grande desafio para muitas mães. Ter o acompanhamento profissional, rede de apoio e informação disponível são aspectos muito importantes durante esse período. Entender quais as dificuldades e como superá-las também são essenciais para o momento.

Foi com este viés a participação da médica pediatra e neonatologista, Natália Brod Portella, em “Nossos Filhos”, programa multiplataforma do Grupo A Hora. A profissional falou sobre os desafios da amamentação e também a importância do estímulo a esse processo.

Mãe de dois filhos, Natália comenta que, de fato, amamentar não é algo fácil. Ela detalha que entrou confiante, justamente por ser uma profissional da área, mas que o processo não foi como o esperado. A pediatra afirma que, além do apoio que teve, ter o conhecimento na área foi essencial.

“Amamentação é algo complicado. Por isso, ter a informação completa sobre os processos é fundamental. Já vi diversas pacientes que vem com informações e mitos passados pela família. É um processo normal, a gente sabe que a família quer ajudar, mas, por vezes, isso acaba assustando as mães”.

Segundo Natália, cabe aos profissionais da área passarem a informação correta e entender como está a situação da mãe no processo de amamentação. Assim, é possível fazer um trabalho conjunto e de maior qualidade sempre prezando pela saúde do bebê e da mãe.

Além disso, ela ressalta a importância de ter uma rede de apoio tanto em casa, quanto no hospital. “Ela precisa saber que tem uma rede pronta para ajudar e dar o suporte necessário. Nós, como profissionais, auxiliamos no cuidado e informação. Os acompanhantes e círculo familiar, no apoio emocional e também nos cuidados gerais”, detalha.

Aprendizados

Para a profissional, o preparo para ser mãe não tem um início, meio ou fim. “É uma construção ao longo da vida. Estamos sempre aprendendo e precisamos continuar assim, com desejo de saber mais e ajudar quem precisa durante esse processo”, pontua.

A pediatra acrescenta, ainda, que o preparo anda junto com a normalização da amamentação. Natália afirma que o processo jamais deve ser tratado como algo que causa constrangimento ou que precisa ser escondido, mas sim como algo normal que é o que de fato é.

O retorno das mães ao trabalho também foi abordado na conversa. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é amamentar a criança somente com o leite materno até os seis meses, mas, como a maioria das mulheres volta aos quatro meses, isso não acontece.

O recomendado para esse período de retorno é que se estabeleça uma rotina de amamentação para que a mãe consiga levar o processo da melhor maneira, sem muito estresse. Além disso, a indicação é que o uso da fórmula seja evitado ao máximo porque a prioridade de fonte de nutrientes sempre será o leite materno.

Hora de ouro

A “hora de ouro”, também conhecida como “golden hour”, é a primeira hora da mãe com o seu recém-nascido após os nove meses de expectativa. Natália explica que esse contato inicial é muito importante para estabelecer uma conexão entre a mãe e o bebê, principalmente para a saúde do pequeno.

A profissional detalha que uma das principais características desse momento é a amamentação na primeira hora de vida com o colostro, líquido amarelado que desce antes do leite, muito rico em anticorpos e nutrientes. “Muitas mães se preocupam com a quantidade de colostro produzida, mas nós sempre reforçamos que ele não vem em grande quantidade e o que importa mesmo é a qualidade”.

Nesse momento, o bebê está alerta e com os estímulos aguçados, criando o momento perfeito para que ele conheça a mãe e crie o primeiro vínculo com ela por meio da amamentação.

Por isso que a pediatra explica que, principalmente entre as primeiras 24 e 48 horas, deve-se evitar o uso de fórmulas. Segundo ela, na maioria das vezes o bebê não chora de fome, mas sim por querer se sentir protegido por conta do corte do cordão umbilical que retira a conexão prévia entre ambos.

Natália frisa que a capacidade gástrica de um recém-nascido é de 3 a 5 ml nos primeiros dias de vida. “É uma quantidade muito pequena. Reforço isso porque muitas mães ficam desesperadas quando a criança não mama, mas, na verdade, o bebê ainda não tem espaço para tanto leite”.

Ela finaliza afirmando que, mesmo que a mãe não consiga produzir uma grande quantidade de leite, cada gota de leite materno importa. Segundo a profissional, independente do tempo a criança foi amamentada, tudo que ela consumiu foi benéfico para a saúde.

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