Um caso inédito chama a atenção da comunidade médica e mobiliza a comunidade. Em 22 de junho, a lajeadense Camila Welzbacher Balbueno, de 32 anos, percebeu uma mancha roxa na perna esquerda. O hematoma evoluiu de tal forma que ela já passou por uma cirurgia de desbridamento e terapia a vácuo para enxertia de pele. A causa dos problemas ainda é desconhecida, mas segue sob investigação.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, Camila conta que tem histórico de retocolite ulcerativa, trombose venosa profunda e vasculite. Assim que notou a mancha na perna, procurou atendimento médico, e o diagnóstico inicial foi de um hematoma. No decorrer do dia seguinte, a mancha se estendeu do joelho ao tornozelo, acompanhada de dor e inchaço. Dois dias depois, havia também uma bolha d’água em toda a área do hematoma.
Até o momento da internação, Camila fez uso de anticoagulantes e imunobiológicos para o tratamento de doenças autoimunes. O caso é considerado inédito. “Todos esses fatores deixam os médicos bastante intrigados, pois não sabiam dizer prontamente quais seriam as causas e, principalmente, qual tratamento seguir”, conta Camila em vídeo.
Depois de um exame de imagem, foi detectado um quadro de vasculite cutânea e trombose venosa da safena magna e safena parva. O hematoma evoluiu para uma necrose extensa e, por isso, foi necessária uma cirurgia de desbridamento, que é a remoção de tecido necrótico, no dia 18 de agosto, e terapia a vácuo para posterior enxertia de pele. “Os curativos são trocados a cada três ou quatro dias. Fiz a primeira troca na terça, dia 22. É um processo lento e doloroso”, conta Camila.
As causas do problema ainda estão sendo investigadas. O responsável pelo debridamento é um cirurgião plástico. A equipe que acompanha o caso é composta por cirurgiões vasculares, cardiovasculares, reumatologistas, gastroenterologistas e dermatologistas, todos profissionais do Hospital Bruno Born.
Campanha
Devido à necessidade de atendimento particular, para evitar ao máximo o contato com outras complicações e infecções, e devido aos altos custos dos procedimentos que precisam ser realizados, Camila lançou nas redes sociais uma campanha para arrecadar fundos. A meta inicial era de R$ 80 mil. Até ontem, dia 24, o site de arrecadação já somava R$ 93,95 mil. Para ela, o sucesso da campanha foi uma surpresa.
“Ficamos até assustados com a proporção que tomou. Nem imaginávamos que bateríamos a meta inicial. É muito bom saber que existem tantas pessoas dispostas a ajudar”, conta. O site para fazer a doação está disponível no Instagram de Camila.
Brechó beneficente
O grupo Dindas do Bem está organizando um brechó beneficente para ajudar Camila. No sábado, dia 26, as organizadoras Priscila Defendi, Dalci Verruck e Flávia Pedroso estão preparando a venda de roupas e calçados por R$ 2. O evento será realizado na rua Pedro Theobaldo Breitenbach, número 2175, no bairro Conventos, em Lajeado.
“Não temos uma meta. Sabemos que todo o valor arrecadado será de grande ajuda para Camila. Mas esperamos vender muitas peças”, conta Priscila. O grupo já organizou outros eventos como esse em campanhas que visam ajudar pessoas com doenças raras.