“Quando jovem, gostava de ouvir muitas histórias de meu pai”

ABRE ASPAS

“Quando jovem, gostava de ouvir muitas histórias de meu pai”

Adroaldo José Chanan, 80, é natural de Frederico Westphalen mas mora em Encantado desde a infância. Antes de se dedicar inteiramente à escrita, ele passou por várias profissões, foi verdureiro, auxiliar de inspeção veterinária, corretor de imóveis, funcionário bancário e gerente de vendas. Bilaco (apelido) se dedica atualmente à pesquisa e escrita de obras que exploram a vida de seus antepassados

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“Quando jovem, gostava de ouvir muitas histórias de meu pai”
Adroaldo José Chanan, 80 (Foto: Matheus Giovanella Laste)

Como começou a sua história com a literatura, a paixão por escrever?

Sempre gostei de escrever. A oratória era um dom que veio comigo. Todo lugar onde fui, eu escrevia em jornais, como na Folha do Campo, em Campo Morão no Paraná, ou na Gazeta do Povo, quando estive em Cascavel. A minha tendência sempre foi as histórias de nossos antepassados, a formação da nossa família, da cidade em que vivo.

E qual o tema do seu livro mais recente, “Encanto dos Mascates: Povoação de Encantado”?

Eu escrevi primeiro sobre a família Lisot, que é por parte de minha mãe. Fui para a França e Itália em busca das origens de nossos familiares. Encontrei todos os parentes e ali pesquisei sobre a vida deles, com informações datando de 1700 e poucos. Na verdade, nem todos se conheciam. A metade não sabia onde estava ou qual foi o destino deles. Eu consegui localizar e juntei toda a história de um por um. Em 2019 organizei um encontro dos familiares, quando 450 pessoas participaram. Graças a isso, hoje todos se conhecem. Depois iniciei outro livro, esse sobre a origem da vila de Encantado. Meus familiares por parte de pai, a família Chanan, tem relação com essa origem. Quando jovem, eu gostava de ouvir muitas histórias de meu pai, porém nada se escrevia. E nenhuma das famílias árabes que estavam em Encantado contavam sobre o passado. Então nesse livro está resumido a história da família Chanan, os primeiros árabes mascates do município que aqui vieram no início da imigração.

O senhor traz muitos detalhes e documentos no livro. Quais são os maiores desafios por trás de toda essa pesquisa?

A falta de ajuda, afinal é um interesse exclusivo meu, outros podem achar o tema interessante, mas não irão me auxiliar na pesquisa. Foram quatro anos de trabalho para produzir cada livro. Esse mais recente tem mais de 400 páginas. E os custos também, você tem que buscar na biblioteca do Arquivo Público de Porto Alegre. Então sai muito caro. Muita coisa eu consegui na internet e com amigos. Você tem que mendigar para conseguir acesso, pois o descaso é muito grande.

E para aqueles que querem ler o seu livro, quais opções há?

Eu vou disponibilizar na biblioteca pública. Para vender já não tem mais. Estou pensando em colocar na internet também.

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