Mercado espera que redução chegue nos seminovos

ECONOMIA E NEGÓCIOS

Mercado espera que redução chegue nos seminovos

Desconto para carros zero quilômetros pode aumentar competitividade e mais ofertas no segmento com até três anos de uso. Ainda assim, setor alerta para taxas de juros e limitações do crédito como principais empecilhos aos negócios

Por

Mercado espera que redução chegue nos seminovos
Restrições ao crédito e alta taxa de juros são principais dificuldades enfrentadas pelo setor de usados e seminovos (Foto: Filipe Faleiro)
Vale do Taquari

As medidas do governo federal para reduzir os preços para veículos novos de até R$ 120 mil têm potencial de interferir também no mercado de usados, em especial dos seminovos (com até três anos de uso).

O pacote prevê redução de R$ 2 mil até R$ 8 mil no preço final de carros novos. Também estão previstos subsídios para caminhões e ônibus. No total, há uma reserva de R$ 1,5 bilhão para o programa.

Especialistas e empresários do setor acreditam que a medida provoca um efeito cascata. Gera mais competitividade e aumenta a oferta de seminovos. Movimentos com potencial de interferir sobre as negociações.

“A proposta é positiva. Ainda não temos como saber quais efeitos diretos, mas qualquer incentivo para esse setor tão importante à economia pode trazer melhores condições de negociação”, diz um dos proprietários da Meneghini Veículos, Élio Meneghini.

Em cima disso, realça a necessidade de mais clareza sobre como serão as linhas de desconto. Só assim é possível se ter uma análise de quanto pode interferir nos preços dos seminovos. “Nosso setor ainda sofre muito devido ao juros e restrições ao crédito.”
Pela proposta do governo, as vendas de carros com desconto serão exclusivas para pessoas físicas nos primeiros 15 dias. O prazo pode ser prorrogado por até 60 dias, a depender da resposta do mercado.

“Efeito nulo”

Para o proprietário da Renner Automóveis, Fernando Renner, os efeitos da redução governamental anulam qualquer possível desconto no ramo dos seminovos.

“Quem for trocar de carro vai pagar menos. Mas também vai receber menos pelo usado. Acaba ficando no zero a zero”. De acordo com ele, as montadoras já tem aplicado descontos com o propósito de reduzir os estoques.

A menor tributação federal se soma as promoções, diz. No mercado de usados e seminovos, considera haver um quadro de estabilidade, em especial na região.
No mês passado, em 21 dias úteis, contabiliza 25 vendas. A maior dificuldade para o segmento, afirma Renner, está na alta taxa de juros e nas restrições para o crédito. “A liberação de financiamentos está restrita.

Ou o cliente chega com 50% do valor do carro, ou não consegue comprar.”
Em cima disso, considera que medidas para reduzir os custos da taxa de juros e mais linhas de crédito para o mercado de automóveis têm mais efeito do que os descontos previstos.

Acompanhe
nossas
redes sociais