Financiamento, politicagem e “chacota”

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Financiamento, politicagem e “chacota”

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

O município de Teutônia perdeu a chance de realizar um interessante financiamento de R$ 15 milhões junto à Caixa Econômica Federal. O recurso seria investido nas obras de melhorias em estradas e vias urbanas. Mas, e diferente de outras câmaras legislativas no Vale do Taquari, onde os parlamentares optaram pelo progresso de suas respectivas cidades e aprovaram o acordo por meio do programa de Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa), o Poder Legislativo teutoniense decidiu antecipar o pleito de 2024 e barrou o projeto de lei que beneficiaria diversas comunidades.

Em tempo, não foram todos os vereadores que articularam a rejeição dos recursos. Cleudori Paniz (PSD), Evandro Biondo (MDB), Hélio Brandão (PTB) e Luias Wermann (Cidadania) foram os quatro parlamentares contrários à proposta e, a partir da decisão, os moradores de Linha Catarina, Linha Germano, Linha São Jacó, e também dos bairros Teutônia, Languiru, Canabarro e Alesgut perderam, por ora, a oportunidade de trafegar em vias mais decentes. E o mais curioso. Eles usaram até a situação da Languiru para justificar a politicagem.

Uma afronta à lembrança do eleitor. Afinal, a mesma proposta é questionada desde 2022, antes mesmo da crise da cooperativa se tornar pública. Mas isso é só um detalhe dentro de um enredo ainda mais curioso.

A tarde/noite de terça-feira foi tragicômica no Legislativo. No apagar das luzes, a vereadora suplente Neide Schwartz (PDT), que é da base do governo, surpreendeu os colegas e o próprio partido e anunciou que não participaria da sessão. A ausência foi justificada por um atestado médico de afastamento, emitido por volta das 17h40min, a 50 minutos do início da aguardada sessão plenária. O documento é assinado pelo médico Victor Caribe Crosland Guimarães, que sugeriu o afastamento entre os dias 6 e 8 de junho. Após a ingrata surpresa, mais um fato decisivo à derrota. Com o quórum reduzido, os experientes vereadores favoráveis ao PL não perceberam que seria impossível aprovar a matéria. Afinal, a lei orgânica exige maioria absoluta.

Por fim, nenhum experiente vereador da base do governo solicitou vistas e a matéria foi à votação. Não deu outra. A vitória magra da situação por cinco votos a quatro foi insuficiente em um plenário com 10 vereadores aptos ao voto – o presidente não vota. A ausência do sexto voto, que em tese deveria partir da suplente do PDT, foi decisiva para enterrar os planos do governo municipal e prejudicar os futuros beneficiados com as obras. A oposição vibrou como em uma final de Copa do Mundo. Nas redes sociais, o “erro tático” da situação virou motivo de “memes” e “chacotas”. Uma pena. Um movimento indigno para uma cidade que ostenta a segunda economia do Vale do Taquari. Ao fim de tudo, a impressão é que venceu o famoso “quanto pior, melhor”. E vida que segue.


Posto de Saúde 24 horas

O governo de Lajeado admite a possibilidade de implantação de postos de saúde 24 horas. A dificuldade para amenizar a alta demanda de atendimentos eletivos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) faz com que a Secretaria de Saúde avalie as alternativas. Não há nada anunciado ou por anunciar. Mas é fato que o secretário Cláudio Klein compreende a necessidade de aumentar o período de atendimento em uma cidade que ganhou 30 mil moradores em uma década.


Lorival quer ser vice

Um dos mais experientes vereadores do PP de Lajeado, Lorival Silveira já confidenciou para alguns correligionários sobre a vontade de ser candidato a vice-prefeito em uma chapa com Gláucia Schumacher (PP), a atual vice-prefeita da cidade. É uma decisão que será muito bem avaliada pelos Progressistas até o segundo semestre de 2024. Além dele, Fabiano Bergmann (PP), o popular “Medonho”, e o engenheiro e vereador, Isidoro Fornari (PP), também são nomes sob análise.


Concessão só em 2024

O governador Eduardo Leite (PSDB) realizou um encontro amistoso com a região, e muito bem articulado pelo governo estrelense. A visita ao Hospital Estrela e a palestra na Cacis reforçaram a boa relação do prefeito Elmar Schneider (MDB) com o alto escalão do estado. De concreto, e além da assinatura para início dos serviços de referência em alta e média complexidade na traumato-ortopedia, o chefe do Executivo estadual confirmou uma informação já anunciada em primeiro mão pelo Grupo A Hora, e que fora transmitida pelo Diretor-Presidente da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), Luiz Fernando Záchia. Assim como o dirigente da estatal, Leite afirmou que o edital para a concessão das rodovias estaduais do Vale do Taquari só ocorre em 2024. Com isso, e respeitando alguns trâmites burocráticos, a nova concessionária deve assumir as estradas em 2025. E mais. Para ele, e mesmo de forma ainda despretensiosa, o modelo de free flow é “interessante”. Ademais, o evento serviu para alimentar expectativas eleitorais de diversos agentes públicos da região.


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