Governo de Lajeado contrata médicos para reduzir sobrecarga

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Governo de Lajeado contrata médicos para reduzir sobrecarga

Vírus sazonais de inverno provocaram três semanas de lotação na rede pública de saúde. Secretário Cláudio Klein acredita que pico dos contágios passou. Mesmo assim, cinco novos clínicos começam atendimento nos postos nesta semana

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Atualizado quarta-feira,
14 de Junho de 2023 às 09:07

Governo de Lajeado contrata médicos para reduzir sobrecarga
Com mais cinco profissionais, Lajeado aumenta em 200 horas semanais o tempo dedicado às consultas nas UBSs (Foto: Filipe Faleiro)
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Para dar conta da alta demanda por consultas na rede de atenção básica em saúde, a Secretaria de Saúde de Lajeado (Sesa) contrata mais cinco médios para os postos. Os profissionais serão dedicados para atendimentos sem agenda definida, como uma forma de dar conta das necessidades de pacientes com quadros sintomáticos e que precisam passar por avaliação imediata.

Essa decisão também visa desafogar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), do bairro Moinhos D’Água. Em maio, o Executivo também ampliou o horário de atendimento no Posto do bairro Montanha. Conforme o secretário de Saúde, Cláudio Klein, essa medida foi adotada para que não houvesse apenas um local para atendimento de pacientes com sintomas gripais. A unidade passou a atender de segunda a sexta-feira no turno das 17h às 22h.

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São três clínicos específicos para esse tipo de demanda. Conforme a Sesa, esse atendimento repercute em mais 90 horas semanais nas consultas com clínicos gerais.

No mês passado, conforme mapeamento do município, a rede primária atendeu mais de 13,7 mil pacientes. Em média, são 597 consultas por dia nas 16 unidades de Saúde do município. “As demandas de consultas médicas, em especial as chamadas consultas dia, são muito variáveis dependendo de momentos de mais demanda como nos invernos, nos surtos gripais ou outras viroses como dengue”, avalia Klein.

A rede hoje tem 35 médicos, o que representa mais de 1,1 mil horas de consultas por semana. Com a contratação de mais cinco profissionais, cada um com 40 horas por semana, serão mais 200 horas médicas. Assim passa para 1.360 horas médicas por semana. As consultas com a nova equipe começam nesta semana.

Pico de contágios

As infecções respiratórias estão mais agressivas. A afirmação parte do próprio Estado e pode ser constatada inclusive pelo número de internações. Do fim de abril até agora, houve um aumento significativo de infecções respiratórias.

Em Lajeado, a Vigilância Epidemiológica constatou a presença de pelo menos seis vírus em circulação. Quatro por transmissão entre pessoas (são: Vírus Sincicial Respiratório, covid, influenza A e B). Os outros dois tem como vetor o mosquito Aedes aegipty (dengue e chikungunya).

No município foram mais de 220 internações. Segundo o secretário Klein, da semana passada até o início desta, houve uma queda no número de atendimentos. Esse movimento indica que o pico dos contágios passou. “Ao que parece, a sazonalidade dessas doenças está no fim, pelo menos por enquanto”, diz.

De acordo com ele, tanto no ano passado quanto neste, os serviços de saúde constataram uma antecipação em termos de contágio por vírus sazonais. O secretário, que também é médico pneumologista, adverte para a necessidade de cuidados, em especial nas crianças.

“Pelas análises, os vírus parecem estar mais intensos e agressivos. Não sabemos os motivos, mas é fato que temos mais pessoas precisando ser hospitalizadas.”

Alta demanda nos hospitais

Pelos dados da 16ª CRS, são 334 pessoas internadas por SRAG na região. Os hospitais percebem aumento de doenças respiratórias, em especial nas crianças. Conforme a rede Divina Providência, responsável pela gestão das casas de saúde de Estrela e Arroio do Meio, há muita demanda no pronto atendimento.

No São José, em Arroio do Meio, há um avanço de 20% nos atendimentos de abril para maio, em especial de pacientes de zero a 17 anos. Em cima disso, os diagnósticos por infecções no aparelho respiratório cresceu 50%.

Já em Estrela, o coordenador da Emergência, Gabriel Klecius, conta que dos 2.447 atendimentos em abril, cerca de 20% dos pacientes apresentavam sintomas respiratórios, número que considera alto. Ele observa que muitos desses pacientes estão evoluindo para síndromes respiratórias graves. Dois deles estão internados na UTI, entubados e com ventilação mecânica.

Em Teutônia, no Hospital Ouro Branco, também há mais prevalência de quadros respiratórios. O diretor executivo, José Paulinho Brandt, relata que a maioria dos casos são pouco urgentes. “A sobrecarga de pacientes interfere em todo o sistema do hospital.”

Como forma de reduzir essa alta demanda, o governo municipal passou a abrir o Centro Avançado de Saúde, no Bairro Canabarro, também aos sábados. Trata-se de uma resposta do governo municipal frente à sobrecarga de consultas registrada no Hospital Ouro Branco. O expediente será das 14h às 20h e vale para os meses de junho e julho.

Assista entrevista na íntegra com Cláudio Klein

 

 

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