“Vemos que em cada CTG há um  jeitinho de cultivar a tradição”

ABRE ASPAS

“Vemos que em cada CTG há um jeitinho de cultivar a tradição”

Natural de Dourados, Katharine Pederiva, 25, é a segunda prenda do estado do Mato Grosso do Sul. Em visita ao RS para participar da 52ª Ciranda Cultural de Prendas, aproveitou para conhecer outras cidades e entender como a cultura gaúcha é difundida no estado. Ontem esteve em Lajeado pela primeira vez

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“Vemos que em cada CTG há um  jeitinho de cultivar a tradição”
Crédito: Caetano Pretto
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O que te traz a Lajeado?

No final de semana passado estava acontecendo em Rio Grande a 52ª Ciranda Cultural de Prendas do Rio Grande do Sul. Sempre foi um sonho meu participar deste evento. Ver as realidades da tradição gaúcha no estado. É diferente para nós lá de longe. Sempre que dá queremos vir para o sul. Aproveitei para rever a família e amigos.

Sua família é do Rio Grande do Sul?

Meu avô veio daqui, de Cruz Alta. Minha mãe também. Ainda temos parentes por aqui.

Como é a cultura gaúcha no Mato Grosso do Sul?

No MS são oito CTGs ativos, já chegamos a ter 15. O número corresponde ao de algumas cidades aqui no RS. Nós dizemos que lá temos o sentimento de saudade. Precisávamos de um núcleo cultural. De um local que nos sentíssemos acolhidos.

Há 50 anos meu avô buscando melhores condições de vida chegou a Dourados. Se reuniu com amigos e tiveram a vontade de montar um CTG. Onde poderiam cultivar a tradição gaúcha e afagar a saudade do Rio Grande. Atualmente a Primeira Patroa é a minha mãe. Venho de uma família que cultua a tradição.

O que leva de aprendizado nessa visita?

Essa foi a primeira vez que vim ao estado sozinha. Vemos que em cada CTG há um jeitinho de cultivar a tradição. Pude ver em alguns locais como Farroupilha, Viamão e Porto Alegre um movimento muito forte. Mas ao mesmo tempo não é nada tão diferente do que vejo em Dourados. A vontade e o propósito são os mesmos.

O que representa ser a segunda prenda adulta do estado?

Eu gosto muito da parte cultural. Digo que um povo sem tradição morre a cada geração. Nós precisamos estudar para entender a cultura. Isso que me motiva. Os concursos de prenda exigem um conhecimento muito elevado da prenda e do peão. Estar representando o MTG do Mato Grosso do Sul é gratificante.

Apesar de estarmos afastados, temos o nosso cotidiano. Lá às vezes as pessoas não nos reconhecem, não sabem o que é uma prenda. Me perguntam se é uma fantasia ou o motivo de eu estar comVSTE um vestido tão grande no calor. Isso me fez querer estar inserida nesse meio. A oportunidade de divulgar a nossa tradição em um local que não está acostumado.

O que mais te chama atenção na cultura gaúcha?

Sempre uso uma palavra: legado. Meu avô é sócio-fundador do meu CTG, o Querência do Sul. Ele passou o gosto para minha mãe e ela para mim e minha irmã. E eu posso passar para as próximas gerações. É isso que me motiva a difundir essa tradição.

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