“Nosso trabalho é de manutenção  do folclore por meio da dança”

ABRE ASPAS

“Nosso trabalho é de manutenção do folclore por meio da dança”

Instrutor geral dos Grupos Folclóricos de Danças Alemãs de Estrela, Andréas Hamester, 59, cultiva a cultura desde criança. Hoje, é responsável pelas 13 categorias de dançarinos do município e tem, no Festival do Chucrute, com programação até domingo, 28, um de seus maiores palcos.

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“Nosso trabalho é de manutenção  do folclore por meio da dança”
Crédito: Divulgação
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Quando começou o teu envolvimento com as danças?

Com 3 anos. O grupo estava recém iniciando e meus pais já me colocaram para dançar. Eles foram fundadores também quando o grupo foi criado.

O que te incentivou a ser professor?

Entrei como dançarino e frequentei todas as categorias. Quando estava como dançarino titular do grupo oficial, na época tinha somente um grupo oficial com nove pares, eu me tornei instrutor à convite da comunidade. Isso foi em 1985.

Como tem sido essa experiência como instrutor?

Pude aplicar muitas coisas que aprendi enquanto dançarino, além de novas técnicas. Criamos um sistema próprio de ensaio e um jeito diferente de lidar com um grupo de dança, que agora já está muito enraizado em Estrela. É um estilo diferente de ensinar e de se apresentar também.

Quais os maiores desafios e as alegrias nesses anos?

O maior desafio sempre foi compreender as pessoas, porque as gerações, principalmente de jovens adolescentes, vêm mudando. É preciso ter paciência, compreender e sempre manter uma postura coerente para que a gente consiga ter credibilidade.

Como é essa mistura de gerações dentro da dança?

Ao longos desses anos todos, aprendi a dialogar, entender, pensar como esses grupos de faixas etárias diferentes pensam, tanto um grupo de crianças com 3, 4, 5 anos, como um grupo de pré-adolescentes, um grupo de jovens já mais crescidos, jovens casais com filhos, grupos de casais que poderiam ser meus pais, grupo de senhoras que poderiam ser minhas avós. São experiências interessantes.

Lembra de momentos marcantes que vivenciou com a dança?

Os momentos de alegria foram muitos, muito mais do que os momentos frustrantes. Existem muitos problemas quando se lida com pessoas, mas os momentos bons são maiores. A gente acaba sempre aprendendo. Um dos momentos marcantes que lembro foram os primeiros minutos que fui apresentado como instrutor, em março de 1985, quando questionei aquele antigo grupo de jovens sobre o que iríamos fazer, o caminho que iríamos tomar, se iríamos continuar fazendo o trabalho como nós estávamos fazendo e eu ainda como dançarino, ou agora eu sendo instrutor. Crescemos bastante e conhecemos o mundo.

Qual a importância de manter viva essa tradição?

Nosso trabalho é de manutenção do folclore por meio da dança. Mas vem de carona toda a cultura alemã, inclusive a língua, o gosto, as comidas, os trajes. Nosso grupo, não somente hoje, é um dos maiores de manutenção das danças folclóricas do país, mas também um ótimo lugar de convívio e aprendizagem do que é a vida. São centenas de famílias que se juntaram ali, houve casamentos, dançam os filhos, netos, avós, todos participam.

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