Cientistas descobrem novas espécies de ácaros

VIDA E AMBIENTE

Cientistas descobrem novas espécies de ácaros

Organismos do grupo dos aracnídeos foram encontrados em pomares de maçãs do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Pesquisadores da Univates fazem a catalogação e nomenclatura das espécies

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Cientistas descobrem novas espécies de ácaros
Pesquisas de Gabriel Bizarro (centro) foram feitas ao lado da doutoranda Priscila de Andrade Rode e do coordenador do Laboratório de Acarologia da Univates, Noeli Juarez Ferla. Crédito: Bibiana Faleiro
Lajeado
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Por meio de pesquisa em pomares de maçãs do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, duas novas espécies de ácaros predadores de vida livre, que fazem parte do grupo dos aracnídeos, foram descobertas por cientistas da Univates. Os organismos, da família Ologamasidae e do gênero Ologamasus são estudados no Laboratório de Acarologia da universidade.

O estudo integra uma extensa pesquisa liderada pela doutoranda Priscila de Andrade Rode, com um levantamento abrangente da acarofauna na região Sul do país. As espécies foram encontradas em Antônio Prado, Muitos Capões e São Joaquim e identificadas pelo formando em Ciências Biológicas Gabriel Lima Bizarro, 26.

Organismos são da família Ologamasidae e do gênero Ologamasus. Crédito: Bibiana Faleiro

O taquariense foi bolsista de iniciação científica do laboratório entre 2017 e 2021. Hoje, continua a produção de artigos científicos de relevância para a acarologia – estudo científico dos ácaros.

Gabriel destaca que após o reconhecimento das espécies, é feita uma análise das características dos organismos. Com o microscópio óptico, são feitas comparações com outras espécies do mesmo gênero, a fim de identificar diferenças e semelhanças que possam contribuir para a classificação e compreensão de cada uma.

Para auxiliar na documentação das descobertas, ilustrações científicas precisas e detalhadas são produzidas, com retratos fiéis das amostras. Depois disso, o próximo passo é submeter o artigo a um periódico especializado na área, quando é feita uma avaliação para conferir a precisão, originalidade e contribuição do trabalho para o conhecimento científico.

“A publicação não só valida a descoberta das novas espécies, como também possibilita o compartilhamento dessas informações com a comunidade científica e o público em geral”, destaca Gabriel

Nomenclatura

No caso das novas espécies estudadas na Univates, a nomenclatura binomial, termo utilizado para se referir a atribuição do nome às espécies, será definida por Gabriel e Priscila. Uma das espécies receberá um nome em memória à avó materna da pesquisadora, enquanto a outra será nomeada com base em uma estrutura marcante encontrada no animal. Os nomes finais serão fornecidos após a revisão por profissionais especializados na área.
“Descobrir uma espécie até então desconhecida é uma oportunidade de contribuir para a ciência e deixar um legado duradouro”, afirma Gabriel. Ele ressalta que as descobertas podem envolver meses ou anos de pesquisa, observação, coleta de dados e análises.

Outras descobertas

De acordo com o estudante, o Laboratório de Acarologia da universidade, coordenado pelo professor Noeli Juarez Ferla é reconhecido mundialmente na área. Por isso, pesquisadores de outros estados brasileiros também enviam espécies para identificação na Univates. Gabriel já trabalhou na identificação de espécies do Mato Grosso, Pará e Bahia.

No campo da ecologia, o estudante desenvolveu um estudo sobre a interação parasitária entre larvas de ácaros aquáticos em libélulas, o segundo trabalho do tipo feito no Brasil.

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