Movimento conscientiza sobre empatia no trânsito

POR MAIS EDUCAÇÃO

Movimento conscientiza sobre empatia no trânsito

Maio Amarelo alerta motoristas e pedestres sobre comportamentos responsáveis para reduzir acidentes. Dados do Detran mostram que o Vale do Taquari tem mais de 233,4 mil pessoas habilitadas para dirigir. Deste total, 12,5% tem mais de 65 anos

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Movimento conscientiza sobre empatia no trânsito
Detran avalia que há cerca de 400 alunos aptos a prestar provas no Vale do Taquari. Região tem dez CFCs. Três ficam em Lajeado. Crédito: Filipe Faleiro
Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Campanha internacional chama atenção sobre educação para o trânsito. O Maio Amarelo busca conscientizar sobre a importância do cumprimento das normas e respeito à vida para reduzir acidentes e óbitos nas estradas e ruas.

Especialistas no tema e agentes de fiscalização afirmam que a conduta dos motoristas é a principal causa de acidentes. Levantamento do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) aponta quais as principais infrações. Nas rodovias, excesso de velocidade, ultrapassagens em local proibido e negligência no cuidado com os veículos. Nas vias urbanas, desrespeito ao sinal vermelho e uso do celular ao volante lideram.

“A infração antecede o acidente. Temos de ter muito claro isso. É o comportamento, descumprimento das normas de trânsito, os principais causadores. Não o único, mas o principal”, afirma o coordenador do Departamento de Trânsito de Lajeado, Vinícius Renner.

O município tem a maior frota da região e um dos índices de motorização mais expressivos do RS, perto de um veículo por habitante. São mais de 74 mil emplacamentos. “Há cada vez mais pontos de fluxo. Para evitarmos acidentes e garantir a harmonia, é fundamental termos um motorista consciente.”

Essa orientação precisa começar cedo. Tanto que são feitas ações direto nas escolas, com os futuros motoristas. “Buscamos reforçar com as crianças quais as responsabilidades que precisamos ter quando usamos os espaços públicos.”

Instrutora de trânsito em um Centro de Formação de Condutores (CFC), em Lajeado, Kelly Cristiane Cassal, acredita que quanto mais cedo se aborda questões de comportamento no trânsito, melhor será o preparo do condutor. “Hoje as crianças cobram os pais. Elas aprendem na escola e multiplicam isso.”

Com dez anos de experiência na função, percebe mudança nos valores entre as gerações. “No passado os motoristas que chegavam eram mais agressivos. Nas ruas também, as pessoas não tinham paciência com um carro de autoescola. Criticavam e xingavam quando alguém cometia um erro. Agora percebo que as pessoas entendem mais o fato de serem motoristas em treinamento.”

“Temos de nos colocar no lugar do outro”

Caetano Matheus Henz, 18, de Estrela, está nas últimas aulas antes das provas de direção. “Estou muito confiante que vou passar de primeira. Me sinto seguro e tranquilo”. Quando atingiu a maioridade, teve como primeira iniciativa, se inscrever em um CFC. “Sempre gostei de carro. Converso muito com o meu pai sobre isso e ele sempre me incentivou.”

Como futuro condutor, realça: “quero ser aquele motorista calmo e paciente. Vemos muita gente brigando no trânsito e isso é uma coisa chata. Nunca sabemos quem está do outro lado. Para mim, tudo se resume a respeito. Temos de nos colocar no lugar do outro.”

Controladores de velocidade em teste

O Departamento de Trânsito realizou na tarde de ontem uma série de testes para uso de radares de velocidade. Foram escolhidos três trechos com altos índices de acidentes. Na Av. Benjamin Constant, entre os bairros Montanha, Moinhos e Bom Pastor, a maioria dos veículos trafegava dos 50 km/h. Alguns foram flagrados a quase 100 km/h.

De acordo com Renner, o município avalia locar aparelhos móveis para fiscalizar o excesso de velocidade. Também existe uma avaliação interna para instalar lombadas eletrônicas em pontos considerados críticos.

Estudo recente da Secretaria de Planejamento, Urbanismo e Mobilidade (Seplan), mapeou os pontos com mais acidentes. Ao todo, foram 1.178 acidentes no ano passado, em 379 cruzamentos diferentes. Uma média de 3,2 acidentes por dia.

“A velocidade potencializa os acidentes. Estamos com um alto índice de colisões, tivemos mortes nos últimos meses. Nosso esforço não é multar, mas preservar vidas”, avalia Renner.

 

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