EGR é o “fim da várzea”

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

EGR é o “fim da várzea”

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A expressão acima é bem comum em localidades mais interioranas, e costuma ser invocada nos momentos em que nos deparamos com uma situação bizarra, grotesca, esdrúxula. Também serve para descrever algo que não pode piorar, ou uma situação que não pode ficar mais feia. A imagem que ilustra esse desabafo demonstra um grupo de bombeiros voluntários tapando – com terra – os buracos em uma rodovia estadual pedagiada.

Mais precisamente no trecho da “Rota do Sol” entre Westfália e Teutônia. Nada contra os nobres agentes da segurança pública, e tampouco contra a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), que solicitou o movimento emergencial. Eles foram heróis na busca pela preservação da vida. O problema é que a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) é o fim da várzea e esse desrespeito com o contribuinte precisa acabar.

É inacreditável. A EGR não tem agilidade, equipe, recursos, capacidade, gestão e tampouco governança suficientes para atender o povo gaúcho. Não dá mais, governador. No próximo dia 12 de junho, o Vale do Taquari completa uma década de sofrimento nas mãos da EGR. É isso mesmo, Eduardo Leite (PSDB). É sofrimento.

Ontem, por exemplo, uma jovem de 22 anos sofreu um acidente de motocicleta às 7h58min, no km 26 da ERS-453, na localidade de Picada Augusta, em Cruzeiro do Sul. O local fica muito próximo à praça de pedágio, governador. A jovem foi projetada no asfalto deteriorado após a roda cair em um buraco na pista de rolagem. Ela foi encontrada “consciente, porém confusa, com trauma de face, escoriações e ferimentos contusos”, segundo a ocorrência. Por sorte, a jovem não morreu em decorrência das péssimas condições da estrada.

Não dá mais, governador. É hora de ouvir os líderes e representantes dos vales do Taquari e Rio Pardo e respeitar a vida dos motoristas. É hora de realizar uma concessão justa e harmoniosa com os custos do pedágio e as nossas necessidades. Chega de passar pano para essa estatal que teima em não funcionar. Se a intenção era boa no momento da criação – e eu tenho dúvidas sobre isso –, todos perceberam que na prática não funcionou. E já perdemos uma década sem grandes obras ou ampliações de pista. Já perdemos vidas. Muitas vidas. Seguimos inseguros e perdendo em competitividade. Agora chega. É hora de agir, Eduardo Leite.


Mudanças na reposição florestal

Na edição de ontem, a manchete acima chamou o leitor para um texto errado. Portanto, segue o texto correto, na íntegra: O governo de Estrela encaminhou à câmara um projeto de lei que “estabelece os valores monetários a serem pagos a título de indenização ao município para a reposição florestal obrigatória (RFO), por opção do requerente”.

Em suma, e atualmente, qualquer cidadão ao solicitar a supressão de vegetação nativa deve realizar o plantio de mudas de espécies arbóreas nativas em local situado dentro dos limites municipais. Entretanto, muitos não possuem área para realizar o plantio, o que gera muitas dificuldades para esses contribuintes. Diante disso, o Executivo propõe outra possibilidade: indenização mediante compensação financeira ao município. O mecanismo já possui previsão no Código Municipal de Meio Ambiente, e a nova proposta detalha e fixa os parâmetros.


Unidade do Sest/Senat em análise no MP

O governo de Lajeado assinou em março a doação de área do município para o Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SEST/SENAT). O terreno de 95×85 m2, localizado na Av. dos Ipês, no Montanha, será utilizado para a construção da nova unidade de operação do SEST/SENAT, em substituição à unidade provisória existente no Posto do Arco, desde 2006.

O novo espaço será equipado para atendimentos de saúde nas áreas de odontologia, fisioterapia, psicologia e nutrição, além de ações de esporte e lazer e cursos para o desenvolvimento profissional dos motoristas e familiares. Entretanto, o empreendimento orçado em milhões aguarda posicionamento do Ministério Público. Ocorre que moradores vizinhos encaminharam um abaixo-assinado à promotoria. Além de questões ambientais, o promotor de justiça verifica conflitos entre as legislações municipal e federal com relação ao uso da área que era pública.


TIRO CURTO

• Em 2022, a Stacione Rotativo pagou R$ 542,4 mil em outorga ao poder público de Lajeado, como contrapartida pela arrecadação com o sistema de estacionamento na área azul. E, entre janeiro e abril de 2023, foram mais R$ 220,8 mil. Da soma desses montantes, R$ 257 mil são oriundos de uma dívida ativa da empresa com a municipalidade.

• A reformulação da rua Júlio de Castilhos, proposta pelo Executivo, pode demorar um pouco mais diante do debate sobre a fiação subterrânea, incitado pelo Fórum das Entidades.

• Prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo (PP) ainda avalia nomes para a vaga de Secretário de Planejamento, Urbanismo e Mobilidade (Seplan). E a possibilidade do engenheiro Robledo Müller assumir o posto está cada vez mais remota.

• Na assembleia legislativa, a Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, presidida pelo deputado Gustavo Victorino (Republicanos), aprovou a realização de mais duas audiências públicas. Uma dessas discutirá as potencialidades e desafios do modal de transporte hidroviário no Rio Grande do Sul. Ocorrerá na sede do Legislativo gaíucho, em formato presencial, em data ainda a ser definida.

• Em Fazenda Vilanova, a comissão provisória do Partido dos Trabalhadores, presidida por Isaías Santos Rocha, organiza o encontro regional da sigla. O evento ocorre nesta quinta-feira, a partir das 19h, no CTG Relincho do Potro, com a presença do deputado federal, Bohn Gass, e do coordenador do PT no Vale do Taquari, Jones Fiegenbaum.

• O belvedere de Arroio do Meio, às margens do Rio Taquari, será inaugurado nesta sexta-feira, às 18h. O espaço localizado no Navegantes terá bancos e arborização.

• Também em Arroio do Meio, o pleito de 2024 deve ter duas candidatas a vice-prefeita. Pela situação, Adriana Meneghini Lermen (PDT) pode buscar a reeleição ao lado do prefeito, Danilo Bruxel (PP). Pela oposição, o MDB deve convidar uma professora/diretora de escola local. O nome é mantido em sigilo. E, até o momento, ela não tem filiação partidária.

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