UTI pediátrica  gera prejuízo de  R$ 232 mil por mês

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UTI pediátrica gera prejuízo de R$ 232 mil por mês

Reinaugurada na metade do ano passado, unidade de tratamento intensivo no HBB funciona com déficit e direção do hospital apresenta quadro para o governo do Estado

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Atualizado quinta-feira,
04 de Maio de 2023 às 08:13

UTI pediátrica  gera prejuízo de  R$ 232 mil por mês
Em junho passado, o então vereador, Randolfo Vieira, e a secretária Arita Bergmann estiveram no HBB para inaugurar a nova UTI pediátrica. Crédito: Felipe Dalla Valle/divulgação/Arquivo
Lajeado

O custeio dos dez leitos de UTI para crianças no Hospital Bruno Born (HBB) gera impasse entre municípios, Estado e União. O espaço foi reinaugurado em junho do ano passado, após o Piratini investir mais de R$ 3,3 milhões para adaptar o local e comprar equipamentos.

Na ocasião, havia um acordo de que municípios que tem como referência o HBB contribuiriam com um percentual para manter a alta complexidade deste tipo de atendimento. Passados menos de um ano, os repasses não aconteceram.

Na manhã de ontem, a direção do hospital participou de uma reunião online com a secretária da Saúde (SES) do RS, Arita Bergmann, onde foi apresentado o quadro financeiro sobre o atendimento. Pelos dados, os repasses públicos somam R$ 167 mil por mês. Verba insuficiente para garantir o sustento da UTI pediátrica.

Os representantes do HBB não quiseram atender a reportagem. Porém, apuração extraoficial mostra que o prejuízo mensal alcança R$ 232 mil em média. O governo de Lajeado, em 27 de abril, encaminhou um ofício para a 16ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), também à SES e para a Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat). No documento, afirma que é preciso equacionar os custeios das especialidades, que o serviço não pode ser mantido apenas pelo HBB e pelo Executivo de Lajeado.

O vereador Jones Barbosa da Silva (MDB), o Vavá, pretende chamar a direção do HBB para apresentar o caso ao Legislativo de Lajeado. “Fomos pegos de surpresa. Sabíamos que o custeio seria por parte dos municípios, pois fazia parte do acordo frente ao investimento do Estado. Não podemos deixar fechar a UTI.”

Presidente da Amvat, e prefeito de Estrela, Elmar Schneider, pretende marcar uma reunião com a direção do HBB e com o Executivo de Lajeado para debater alternativas sobre o custeio do atendimento.

Quadro semelhante

No Hospital São Sebastião Mártir, em Venâncio Aires, a UTI pediátrica foi inaugurada em janeiro, mas impasses no custeio impossibilitou os atendimentos. Os investimentos chegaram a R$ 3,5 milhões na obra e em equipamentos.

O Estado havia dado o prazo de 30 dias para começar com os atendimentos. No entanto, a unidade segue fechada. O custo mensal apresentado da UTI Pediátrica é de R$ 510 mil. O Estado ofereceu R$ 205 mil e a diferença de R$ 305 mil deveria ser dividida entre municípios que usariam a estrutura.

Relembre

  • A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica do Hospital Bruno Born (HBB) fechou em 30 de junho de 2021;
  • As internações de crianças dos 29 dias até 13 anos eram na mesma sala da UTI neonatal;
  • Normativa de 2010 do Ministério da Saúde passou a proibir o uso misto dos espaços e também a exigir funcionários específicos para cada uma dessas especialidades;
  • O atendimento foi mantido de forma emergencial, até se chegar ao ponto da impossibilidade em cumprir as normas e custear o serviço;
  • Quando foi divulgada a nova legislação, a UTI pediátrica de Estrela fechou, e o HBB se encaminhava para o mesmo. Na época, o menino Lázaro José Dresch Kamphorst era atendido pelo hospital.
  • Ele nasceu em 2009 e, com um mês e cinco dias, foi internado da UTI pediátrica onde ficou até os quatro anos, quando teve uma parada cardíaca e não resistiu;
  • Na reinauguração, em junho do ano passado, a UTI ganhou o nome do menino Lázaro;
  • O investimento do Estado em obras e equipamentos chegou a R$ 3,3 milhões;

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