Gestão provisória apresenta diagnóstico sobre a Languiru

FUTURO DA COOPERATIVA

Gestão provisória apresenta diagnóstico sobre a Languiru

Detalhes sobre total da dívida e resultados no primeiro trimestre serão apresentados aos associados neste sábado

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Gestão provisória apresenta diagnóstico sobre a Languiru
Abates de suínos serão suspensos por dez dias a partir de hoje. Crédito: REPRODUÇÃO
Vale do Taquari

Reunião na tarde de ontem entre superintendentes, gerentes, candidatos a presidência e conselheiros marcou a entrega da situação contábil da cooperativa. Na ocasião, foi apresentado o balanço financeiro nos primeiros três meses do ano, o total da dívida, além dos custos operacionais de todas as áreas da Languiru.

“Tivemos informações valiosas que serão fundamentais para determinarmos os rumos para os próximos meses”, avalia o candidato à presidência, Paulo Birck. Os números serão divulgados neste sábado, 29, durante a assembleia de aclamação da única chapa inscrita para gerir a Languiru. “Neste momento, não vamos divulgar. Foi uma decisão de todo o conselho”, diz.

A participação da imprensa na reunião não foi confirmada. A autorização depende da comissão eleitoral. “Não sou o presidente. Sou um candidato. Mas entendo que é importante abrirmos. Ficou ruim nas reuniões anteriores, com os profissionais da mídia do lado de fora. É importante termos transparência, pois deixar a imprensa de fora prejudica a imagem da cooperativa e interfere até na qualidade da informação.” O encontro com os associados no sábado ocorre a partir das 8h30min na sede da Associação dos Funcionários, em Teutônia.

Tomada de decisão

No ano passado, o faturamento da Languiru foi de R$ 2,7 bilhões. Ainda assim, houve prejuízo de R$ 123,3 milhões, conforme relatório da gestão anterior apresentado em 30 de março. “Tivemos lucro no leite e nos supermercados. Nas carnes, frango e suínos, houve perdas.”

Com as informações atualizadas, o grupo técnico da cooperativa e da chapa liderada por Birck, avalia possíveis cenários. “É cedo dizer quais medidas precisamos. Mas uma coisa é certa, a Languiru vai ter que encolher. Vamos reduzir em faturamento, no quadro de funcionários e até nos negócios. Vamos ter de olhar para dentro e achar um ponto de equilíbrio.” Na análise dele, serão no mínimo quatro meses para conseguir dar o ritmo aos processos.

Venda ou parceria

Nas últimas semanas, portais de internet informaram uma suposta uma oferta da Seara/JBS para compra das unidades fabris de suínos, frango e de rações da Languiru por R$ 400 milhões. “Até agora, não há nada oficial. Houve um diálogo, mas sem apresentação de valores”, diz Birck.

Para ele, a questão de venda de ativos precisa ser muito bem pensada. “Se vendermos um frigorífico, estamos perdendo também o associado.”
Sobre a parceria com investidores chineses, o negócio está em aguardo, pois depende de reformulações na linha de produção para conseguir a habilitação para venda ao país asiático, o que deve ocorrer em 40 dias. “Depois podemos retomar esse diálogo. É um modelo de parceria, em que a Languiru terá participação e mantém seu quadro social.”

Frigorífico interrompe produção

A unidade de suínos, em Poço das Antas, suspende o abate a partir de hoje. A decisão tem como argumento a necessidade de mais tempo para engorda dos animais, pelo fato da carcaça estar abaixo dos 100 quilos, fora dos padrões pedidos pelos clientes. A estratégia é usar o recurso da operação para aplicar na fábrica de rações, e assim garantir mais alimentos aos animais. A suspensão deve durar dez dias.

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