Em meio às dificuldades financeiras, a crise na Languiru também afeta os funcionários. Além de relatos sobre valores por receber de comissão e quilometragem de vendedores externos, há aumento no número de demissões.
De acordo com o presidente Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias e Cooperativas da Alimentação (Stica) de Estrela, Pedro Mallmann, nas últimas semanas foram registradas 65 demissões na unidade de laticínios. Houve ainda, o desligamento de pelo menos 100 profissionais na planta de aves em Westfália.
Conforme Mallmann, em muitos casos há o pedido de demissão dos funcionários diante da incerteza sobre o futuro da cooperativa. “O cenário é muito preocupante e se agrava a cada dia. Percebemos também que começa a faltar mão de obra nas fábricas e lojas do varejo.”
A expectativa por uma reversão no cenário está na aclamação do novo conselho de administração. A assembleia extraordinária ocorre no sábado, 29, na sede dos funcionários em Teutônia. O único grupo que inscreveu chapa aguarda para hoje a entrega de relatório sobre o cenário econômico da Languiru.
Abate de suínos
Em Poço das Antas, as atividades no frigorífico de suínos foram interrompidas ao longo da terça-feira, 25. A prefeita e presidente do G7, Vânia Brackmann, monitora os desdobramentos que envolvem a cooperativa Languiru. A unidade da cooperativa no município é a principal empregadora e de retorno em impostos.
Segundo a prefeita, houve a pausa dos serviços por um dia e foram retomados ontem. Ela ressalta que as informações que o governo recebeu apontam para uma parada estratégica. Ainda conforme Vânia, as demissões são pontuais e acompanham o fluxo habitual de rotatividade, situação também confirmada pelo presidente do sindicato do setor Celestino Netto.
A suspensão de abates no frigorífico também deixou produtores apreensivos. Segundo a assessoria da Languiru, a paralisação temporária se fez necessária para ajustar o peso do suíno no campo. Nas propriedades rurais, associados relatam perda de qualidade na ração.
