“Cheguei a confeccionar  até 1,5 mil vassouras por ano”

ABRE ASPAS

“Cheguei a confeccionar até 1,5 mil vassouras por ano”

Há meio século, a confecção de vassouras é preservada pela família Zimignani em Forquetinha. À frente do negócio, está Iamantino Zimignani, 80. Morador de Bauereck, ele se tornou referência no município graças ao produto. Até hoje, mantém o hábito de ir pessoalmente nas propriedades para negociar com os clientes. Conta com o apoio da esposa Zilda e assessoria da Emater/RS-Ascar. Ele foi um dos expositores da 6ª Forquetinha Expofest, encerrada nesse fim de semana.

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Atualizado terça-feira,
25 de Abril de 2023 às 14:45

“Cheguei a confeccionar  até 1,5 mil vassouras por ano”
Crédito: Mateus Souza
Forquetinha
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Quando você começou a confeccionar vassouras?

Antes, eu trabalhava com criação de gado e porco. Aí comecei a fazer vassouras, mas de início era para uso familiar, em casa. Depois, fiz curso com meu irmão e um primo. A partir daí, começou a virar um negócio. Vi que tinha público em Forquetinha e comecei a produzir para vender. Já são mais de 50 anos fazendo vassouras.

Como é a tua rotina de produção?

Confecciono vassouras todos os dias, com apoio da minha esposa Zilda. Na média, faço três por dia. No auge da produção, cheguei a fazer até 1,5 mil vassouras por ano. Agora, faço na base de 800, 900 a cada ano.

Que material você utiliza?

A palha, que nós plantamos e colhemos na nossa propriedade. E também uso madeiras. Não tem mais como comprar cabos, pois começaram a vender em estoque e chegavam muitos quebrados para mim. Aí era um investimento perdido. Agora eu mesmo faço os cabos e experimento para ver se são fortes ou fracos.

E quanto tempo leva para confeccionar uma vassoura dessas?

As normais, em torno de uma hora e meia. As pequenas vão rapidinho, pois vai menos barbante.

Qual é a durabilidade do produto?

A normal dura em torno de seis meses. Aí, a cada seis meses, eu passo nas localidades e nas casas dos clientes para ver se estão boas. Se precisar trocar, a gente vende. Assim eu faço. E também temos vassouras para galpão, que são um pouco mais caras, mas que duram até um ano. São oito tipos de vassouras que eu confecciono.

Como é a receptividade da comunidade?

Muito boa. Eu sempre fui com carro particular nas casas. Hoje, pago um motorista para ir comigo por conta da idade. E sempre sou bem recebido. As pessoas me conhecem por conta das vassouras. Sempre visito seis localidades do município. Gosto disso, pois aí eu tenho o que fazer e não fico com depressão. Pretendo continuar confeccionando enquanto estiver vivo. (risos)

Já tentou vender para fora de Forquetinha?

Cheguei a levar meus produtos para Lajeado. Fomos em diversas casas, mas num geral as pessoas achavam muito caro. Também não eram vassouras do jeito que queriam. Então, decidi ficar só em Forquetinha mesmo.

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