“A música faz parte da minha vida, é como comer ou dormir”

ABRE ASPAS

“A música faz parte da minha vida, é como comer ou dormir”

A música está presente na vida de Raquel Muccillo Dexheimer desde sempre. Na casa da mãe, em Lajeado, cresceu ouvindo o dedilhar nas teclas do piano. Aos 61 anos, ainda ensina com toda a disposição aos seus alunos. Para ela, é um orgulho ver as conquistas e compartilhar seu conhecimento.

Por

“A música faz parte da minha vida, é como comer ou dormir”
Raica Franz Weiss
Lajeado
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Quando começou a se interessar por música?

Eu cresci rodeada por ela. Minha mãe era professora de piano, então lembro de sempre ouvir ela tocando em casa. Comecei a estudar o instrumento com cinco anos de idade, tive aula com a falecida Alda Jaeger, que tinha sido professora da minha mãe também. Fiz aulas por um tempo, mas, por volta dos dez anos de idade, eu me desinteressei e deixei o piano um pouco de lado. Eu ainda tocava, já que tinha muito estímulo em casa, minha tia avó, em especial. O antigo piano dela, de 102 anos, ainda está comigo hoje.

Há quanto tempo dá aula?

Faz bastante tempo, eu tinha uns 14 anos. Tinha parado um pouco os estudos de piano, mas minha mãe seguia com aulas particulares na nossa casa. Fui prestando atenção em como ela ensinava os alunos. Às vezes ela pedia para mim ajudar os mais novos, dar exemplo. Fui estudando novamente de uma forma mais autodidata. Voltei a me interessar pelo piano quando comecei a ensinar.

Quais instrumentos toca?

O piano dá muita base para outros instrumentos. Tem ritmo, melodia, notas complexas. Hoje sei tocar arpa, violão, acordeon, teclado e viola de arco, mas gosto mesmo é do piano.

Quando decidiu fazer da música a sua profissão?

Eu já tinha o exemplo da minha mãe em casa. Aos poucos, conforme ia ensinando os alunos, passei a sentir muito orgulho das conquistas deles. ‘Ele está tocando por que eu ensinei’. Foi um processo natural. Quando casei, saí da casa dos meus pais, no Centro de Lajeado, e fui morar num bairro mais afastado.

Foi complicado, porque era mais difícil para os alunos chegarem. Depois de um tempo, eu e meu marido reformamos a garagem da minha sogra e comecei a dar aulas lá, que ficava mais próximo ao Centro. Continuo ali ainda hoje. Decidi abrir minha própria escola de música na década de 1990, a Academia Exitus.

Qual a motivação para continuar, depois de tantos anos?

A música faz parte de mim, é como comer ou dormir, faz parte do meu dia a dia. Tenho prazer em ensinar, em ver meus alunos se desenvolverem, se superarem. É um orgulho. Desde o início, fiquei fascinada pela possibilidade de dividir o que eu sabia, ensinar e fazer a diferença na vida dos meus alunos. Hoje percebo que a música se tornou uma terapia para muitos. E ela é plural, dou aula tanto para crianças quanto para pessoas de 80 anos.

Conte um momento marcante que a música proporcionou na sua vida.

São muitas lembranças. Uma em específico até me emociono ao recordar. Tive a oportunidade de ver meus filhos tocando na Ospa (Orquestra Sinfônica de Porto Alegre). Eles tinham pouco menos de 15 anos, tocaram na Orquestra Jovem. Acompanhei eles se preparando, trabalhando por isso, e então realizando um sonho. Foi muito especial. A música proporcionou muitas coisas a eles, assim como aos meus alunos, e isso me enche de orgulho.

Acompanhe
nossas
redes sociais