Reunião-almoço da Cacis aborda perspectivas econômicas

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Reunião-almoço da Cacis aborda perspectivas econômicas

Economista afirma que o Brasil está em boa situação na comparação com outros países emergentes, mas que a economia passa por um “ajuste cíclico”. Em nível internacional, ele vê a China superar os Estados Unidos como maior potência mundial

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Reunião-almoço da Cacis aborda perspectivas econômicas
Encontro no Estrela Palace Hotel reuniu mais de 100 pessoas, entre associados da Cacis e autoridades. Crédito: Divulgação
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A Câmara de Comércio, Indústria, Serviços e Agronegócio (Cacis) de Estrela promoveu nessa sexta-feira, 14, a segunda reunião-almoço no ano. O evento foi alusivo à campanha do Dia Nacional do Associativismo, a ser comemorado no dia 30 de abril. A palestra teve o tema “Cenários Econômicos e Perspectivas para a Economia”, com o economista-chefe do Sicredi, André Nunes de Nunes.

O foco inicial foi no contexto internacional, onde ele mencionou a inflação elevada em países desenvolvidos, assim como as altas taxas de juros, em especial nos Estados Unidos. “A elevação da taxa de juros tem, historicamente, sido acompanhada por períodos de recessão”, explicou. Para ele, o conflito entre Rússia e Ucrânia aparece como fator de instabilidade econômica e política.

Na análise, ele afirmou que o mundo vive um momento de “eclipse econômico”, onde a economia da China ultrapassa a dos Estados Unidos como a maior do planeta. “Teremos várias transformações, não só agora, como nos próximos anos”, disse.

Situação brasileira

No âmbito nacional, Nunes comentou que o Brasil vive um “ajuste” depois de um crescimento posterior à recuperação da pandemia. “Foi uma fase muito intensa, com a diminuição da atividade, com o ‘fique em casa’, um retorno muito rápido. Os economistas dizem que é um ajuste cíclico da economia.”

Ele acrescentou que a tendência é de redução na produção industrial e no volume de vendas no comércio e serviços em 2023, mas que isso não se trata de uma crise. “Vamos crescer cerca de 1% neste ano, cerca de 1,5% no ano que vem, mas é um momento de maior acomodação”, projetou o economista.
Para o economista, essa rápida melhora possibilitou forte queda no desemprego, mas não espera que o cenário se mantenha neste ano. “A massa de rendimentos deverá crescer mais devagar, o que terá impacto sobre o consumo das famílias.”

Cenário político

Nunes também abordou aspectos políticos relacionados à economia. “Estamos com dificuldade de gerar confiança, sobre como o país vai conduzir as finanças públicas e como será o endividamento do Brasil no futuro.” O economista citou o debate sobre o arcabouço fiscal e a capacidade de estabilizar a dívida, com a perspectiva da redução da taxa de juros.

Comparação com emergentes

Por fim, o palestrante fez uma analogia do Brasil em relação a outros países de mesmo porte. “Estamos melhores no relativo. Países do leste europeu, do sudeste asiático, ficaram com uma perspectiva pior, assim como alguns da América Latina. Isso nos dá uma perspectiva que, se fizermos o tema de casa, temos tudo para continuar em um rumo de crescimento”, concluiu.

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