Interesse do Estado em implantar free flow anima líderes locais

PEDÁGIOS

Interesse do Estado em implantar free flow anima líderes locais

Revisão do plano de concessões deve considerar necessidade de alteração no formato de cobrança dos pedágios e substituição das cancelas. Como forma de conhecer os critérios para implantar sistemas automáticos, conselho regional aguarda ANTT para promover um seminário sobre o tema

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Interesse do Estado em implantar free flow anima líderes locais
Primeira experiência no país sobre cobrança automática sem cancelas começou nessa sexta-feira, no trecho Rio-Santos. Para o RS, ideia é um sistema diferente, com mais pórticos e cobrança de acordo com o km rodado. Crédito: Divulgação
Estado

O sistema de cobrança por quilômetro rodado em rodovias concedidas é uma novidade no país. A primeira experiência começou nessa sexta-feira. O Grupo CCR implanta o modelo na BR-101, trecho Rio-Santos.

Pelo projeto, dispositivos eletrônicos acompanharão o fluxo de veículo. Aqueles com tags (selos no para-brisas) terão desconto automático, enquanto os sem identificação eletrônica terão disponíveis outras formas de pagamento, com um ponto fixo de cobrança sem cancelas.

Essa amostragem serve de referência para outros planos pelos estados. Tanto que o governo gaúcho parte de um modelo distinto. No eixo Rio-Santos, a cobrança é única quando o veículo passa pelo totem.

Pela avaliação técnica da Secretaria Estadual de Parcerias e Concessões, o mais justo seria diversos pontos de leitura automáticos pela rodovia, com desconto de acordo com o percurso feito pelo condutor.

Esse entendimento vai ao encontro do desejado por líderes da região. Pela avaliação representantes locais, implementar o free flow representa melhores condições para os motoristas, garantia de um pagamento mais igualitário entre quem usa as rodovias concedidas, além de encerrar a polêmica sobre os locais das cobranças fixas, em que municípios escolhidos sofrem com aumento no custo logístico e com a divisão entre comunidades.

Conforme o presidente do Conselho de Desenvolvimento (Codevat), Luciano Moresco, há tecnologia disponível para estabelecer dentro do novo plano de pedágios o formato do free flow desde o início das concessões.

“Pela primeira vez falamos abertamente sobre o free flow. Em janeiro, durante reunião com o secretário de Parcerias (Pedro Capeluppi), esse assunto foi abordado e percebemos o interesse em inovar na forma de cobrança.”

Nesta semana, durante reunião-almoço na Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), o vice-governador, Gabriel Souza, também comentou sobre ter uma concessão voltada à tecnologia e cobrança mais justa sobre os condutores.

A regulamentação da lei do free flow foi confirmada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) em dezembro. Esse trâmite garante segurança técnica e jurídica para os estudos de aplicabilidade da ferramenta e a possível inclusão nos futuros pacotes de concessões.

Seminário em abril

O Codevat e a Câmara da Indústria e Comércio da região (CIC-VT) e o Codevat organizam um seminário sobre o free flow. Há duas datas pré-agendadas, em abril, dia 18 ou 25. A confirmação depende da Agência Nacional de Transportes (ANTT), diz Moresco.

“Queremos reunir especialistas, representantes das agências de regulação, da União, e também prestadores de serviço voltado a sistemas de tecnologia”. De acordo com o presidente do Codevat, a expectativa é que a resposta da ANTT seja confirmada entre segunda ou terça da próxima semana. “Nosso interesse é de uma participação presencial por parte dos técnicos da agência. Se não for possível, faremos de maneira remota.”

O movimento feito por representantes do Vale tem chamado atenção de outros conselhos regionais. “Recebemos o interesse de participação de outras localidades. Desde 2020, com a discussão dos pedágios, adotamos uma postura de cobrar a implantação dessa tecnologia. Isso nos colocou no centro do debate.”

De acordo com ele, o free flow é uma realidade em diversos países e começa a amadurecer no Brasil. Com o fato novo da regulamentação, é preciso entender quais os passos necessários para as rodovias gaúchas terem acesso a essa tecnologia.

Em uma análise prévia do Grupo de Trabalho da região, seriam necessários no mínimo 12 pórticos de cobrança nas rodovias concedidas. Seriam quatro de Encantado a Lajeado, três entre Estrela e Teutônia, e no mínimo cinco de Lajeado até Venâncio Aires.

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