“Aquele terremoto me  fez despertar para a vida”

ABRE ASPAS

“Aquele terremoto me fez despertar para a vida”

Cássio Borsatto Rolante, 34, sobreviveu a um dos maiores terremotos da história no Chile, há pouco mais de dez anos. É o que conta a sua primeira obra, “Escala 8.8: um livro inspirado na vontade de viver“, lançado neste mês. Natural de Doutor Ricardo, Rolante passou a enxergar a vida de forma diferente depois da experiência e encontrou na escrita uma maneira de expressar isso.

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Atualizado sexta-feira,
31 de Março de 2023 às 14:40

“Aquele terremoto me  fez despertar para a vida”
Crédito: Arquivo Pessoal
Britagem Cascalheira | VERTICAL

De onde veio a inspiração para o livro?

A semente que veio a florescer neste ano foi plantada lá em 2010, quando eu estava fazendo intercâmbio no Chile. A capital, Santiago, foi atingida por um terremoto de 8.8 na Escala Richter, foi o 5º maior sismo já registrado. Sempre digo que, em algum momento, a gente desperta para a vida. Eu acordei ali.

Sobre o que a obra trata?

Aquele terremoto mexeu com a terra, mas também mexeu comigo, eu renasci. A partir dali, eu comecei a refletir sobre as coisas, sobre como precisamos valorizar o nosso tempo aqui. ‘Mas como transmitir isso?’ Alguns desenham, outros cantam, eu encontrei a escrita. O livro é composto por vários textos que fui escrevendo no dia a dia desde 2010. Tudo carrega significado e eu percebi que tenho a capacidade de ver isso e transmitir em texto.

Como foi o lançamento?

Nunca vou me esquecer do dia em que as caixas do livro chegaram lá em casa e segurei a capa nas minhas mãos pela primeira vez, foi muito emocionante. Outro momento inesquecível foi o lançamento, escolhi fazer na escola de Ensino Fundamental que eu tinha estudado em Doutor Ricardo. Estar rodeado pela minha família, amigos e até ex-professores me trouxe uma imensa gratidão. Me fez entender que não somos nada sem as pessoas à nossa volta. Precisamos honrar a nossa origem. Esse foi um dos momentos mais bonitos da minha vida.

O que é a página @8ponto8?

Criei ela há uns quatro anos para compartilhar um pouco dessas minhas reflexões, assim como o livro, que está disponível na Amazon. O nome carrega muito significado. Eu nasci em 1988 e o terremoto, quando renasci, foi de 8.8.

Você já escrevia antes dessa experiência?

No Ensino Médio, lembro que tinha facilidade para escrever, mas nunca me aventurei muito. Foi a partir de 2010 que comecei a filosofar e colocar isso no pepel. Foi fluindo. Sempre digo que não são minhas palavras, elas são do mundo, e eu sou só o meio que elas encontram para serem expressadas.

Tem novas obras em mente?

Sim, estou escrevendo sobre uma amizade muito grande que tenho com um senegalês que mora em Lajeado. Mas também já recebi um convite do Sebrae para ir conversar com algumas empresas, palestrar um pouco sobre autoconhecimento. Quero mostrar para as pessoas que nossa própria história é bonita e merece ser contada.

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