Assembleia define hoje rumos da Languiru

FUTURO DA COOPERATIVA

Assembleia define hoje rumos da Languiru

Cooperativa busca autorização dos associados para concluir negociação com grupo chinês. Reunião deliberativa ocorre na sede dos funcionários, em Teutônia

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Atualizado quinta-feira,
30 de Março de 2023 às 08:58

Assembleia define hoje rumos da Languiru
Foto: Jhon Willian Tedeschi
Vale do Taquari

A Languiru reúne hoje os associados para definir os rumos da cooperativa diante da crise financeira. Entre os assuntos a serem debatidos, está a venda de parte das indústrias. Caso a negociação se confirme, o grupo chinês ITG Tianjiao e TJJT terá o controle das unidades de aves (68%), suínos (51%), bovinos (80%) e fábrica de rações (51%).

A assembleia começou por volta das 9h. O Grupo A Hora acompanha. 

Assista AQUI vídeo da chegada dos associados 

A sociedade com investidores estrangeiros é apresentada pela diretoria da Languiru como a única alternativa a fim de evitar a falência. Em dados mais recentes divulgados nas reuniões setoriais com os produtores, dívidas e compromissos com bancos, fornecedores e terceirizados somam mais de R$ 1,8 bilhão.

Conforme previsto no edital, a assembleia ocorre com primeira chamada às 6h30min e a última convocação às 8h30min. O encontro será na sede dos funcionários, em Teutônia, e restrito aos associados titulares. As deliberações serão tomadas por maioria de votos. Para efeito de quórum, a Languiru considera 5,7 mil produtores.

Além da definição sobre a venda de ativos, a expectativa é que sejam detalhados os balanços financeiros de 2022 e a possibilidade de novas operações de crédito. Conforme apurado junto ao Estado, há a intenção da Languiru obter uma segunda linha de financiamento pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).

Temor dos  associados

Desde a divulgação das dificuldades financeiras na cooperativa, em dezembro do ano passado, um grupo de produtores atua em busca de mais transparência por parte da direção. Ainda na semana passada promoveram um protesto em frente a sede.

Houve também o ingresso na Justiça para tentar barrar a sociedade com grupo chinês sem o voto dos associados. A titular da 2ª Vara Judicial da Comarca de Teutônia, Patrícia Stelmar Netto, concedeu liminar que determina o aval por meio de assembleia, passível de multa de R$ 500 mil ao dia em caso de descumprimento.

Apesar da desistência de produtores com o processo judicial, a decisão da juíza foi mantida conforme despacho publicado na terça-feira, 28. Outros cinco associados foram indicados como autores para assegurar a tramitação da ação.

“O pessoal ficou com medo de ter de pagar a dívida caso não seja feita a venda. Com isso uma parte dos produtores recuou, mas nossa estratégia na assembleia é rejeitar as contas para ter o amparo legal e responsabilizar a diretoria”, conta a associada que prefere não se identificar.

Reuniões setoriais

Entre segunda e terça-feira a direção da cooperativa reuniu cerca de 750 associados dos segmentos de aves, suínos e leite. Os encontros foram justificados como uma forma de detalhar a real situação da Languiru e tentar convencer os produtores sobre a necessidade de vender parte das indústrias.

“Falaram que foi preciso parar os incubatórios e reduzir os alojamentos porque não tem condições de seguir sem o investimento estrangeiro”, observa outro produtor. Ele também teme ser penalizado por falar sobre a situação da cooperativa.

Durante a semana, direção reuniu cerca de 750 associados em reuniões setoriais para detalhar venda de ativos. Crédito: Divulgação


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