Vice-governador admite necessidade de melhorar plano de concessões

NA ACIL

Vice-governador admite necessidade de melhorar plano de concessões

Durante palestra em Lajeado, Gabriel Souza detalhou planos estratégicos para o RS, comentou sobre participação do Piratini na reestruturação da Languiru e também afirmou que novos pedágios terão amplo debate com a comunidade regional antes de ser levado a leilão

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Vice-governador admite necessidade de melhorar plano de concessões
O vice-governador Gabriel Souza garantiu que o plano de concessões das rodovias estaduais será elaborado a partir de diálogo com a comunidade regional. A afirmação ocorreu ontem durante reunião-almoço na Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil)., Crédito: Filipe Faleiro
Vale do Taquari

O vice-governador Gabriel Souza garantiu que o plano de concessões das rodovias estaduais será elaborado a partir de diálogo com a comunidade regional. A afirmação ocorreu ontem durante reunião-almoço na Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil).

De acordo com ele, o governo admite que o processo iniciado em 2020 e rechaçado por parte dos líderes locais teve equívocos. Também frisa como fundamental a regulamentação do free flow (cobrança de pedágio por km rodado) para dar garantia legal à construção de um formato com previsibilidade da implantação dessa tecnologia.

“Vamos baixar as armas e buscar conversar. Agora é importante construir a melhor proposta possível de forma conjunta”, afirmou para um público com quase cem pessoas, entre empresários, agentes públicos e representantes do setor produtivo. Conforme Souza, há uma oportunidade para o Estado em garantir um formato de pedágios atual, com inovações e que vá ao encontro das necessidades regionais.

A reunião-almoço foi uma promoção da Acil e da Câmara da Indústria e Comércio do Vale (CIC-VT). As considerações do vice-governador quanto à transferência das ERSs 128, 129, 130 e 453 à iniciativa privada foram feitas ao término da palestra sobre planos estratégicos do governo estadual. O próximo evento será em 11 de abril, com palestra do prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo.

Receita, pirâmide etária e educação

A apresentação do vice-governador se sustentou em três eixos. No primeiro momento, Gabriel Souza detalhou movimentos ainda na primeira gestão de Eduardo Leite para estancar o déficit orçamentário gaúcho.

“A preocupação foi de conseguir voltar a pagar salários em dia, garantir algum poder de investimento do Estado e proceder com reformas estruturantes. Se hoje temos condições de aplicar verbas públicas nos municípios e nas regiões, muito se deve a esses movimentos.”

No segundo momento, o vice-governador alertou para o envelhecimento da população, a saída de talentos gaúchos para outros estados ou países, o que interfere na disponibilidade de mão de obra. “Já estamos sentindo dificuldades em repor trabalhadores em diversas áreas.”

Pelos dados feitos pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), o RS foi ultrapassado pelo Paraná em termos de população e tem o menor crescimento populacional na comparação com a média nacional.

Na terceira etapa da palestra, o vice-governador abordou projetos voltados ao ensino e à educação. De acordo com ele, essa é a prioridade da gestão gaúcha, tanto para melhoria na infraestrutura das escolas quanto para permanência dos jovens na rede pública e formação de novos professores.

“Temos um dos maiores índices de evasão escolar do país. A cada 100 alunos que estão no Ensino Médio, dez desistem. É muito. São jovens que perdemos para o tráfico de drogas ou para o crime.”

Conforme diagnóstico da Secretaria Estadual de Educação, nos próximos sete anos será necessário substituir mais de 26 mil professores que irão se aposentar. Entre as iniciativas para reduzir essa dificuldade, diz Souza, serão compradas mil vagas em universidades comunitárias para formação de docentes.


ENTREVISTA – Gabriel Souza • vice-governador do RS

“Sempre que necessário e possível, o Estado vai agir para proteger a economia gaúcha”

A Hora – Sobre a situação da Languiru. Como o Estado acompanha a crise na cooperativa?

Gabriel Souza – Aquilo que pudemos fazer, encaminhamos. Chegamos a contratar uma consultoria pelo Banrisul para fazer um estudo mais apurado sobre a situação financeira real da cooperativa e, que realmente inspira muitos cuidados.

Até a última movimentação, em relação a parceria que ainda precisa ser confirmada na quinta-feira, após assembleia, com um grupo chinês, também acabamos participando, pelo BRDE, que é um credor importante da Languiru, tem R$ 70 milhões em crédito.

Então, o que posso falar, e precisamos ter muito cuidado na medida que envolve mercado e uma cooperativa importantíssima para o Estado, é que o governo ajuda e apoia dentro do que for possível, dentro da legalidade e das regras do sistema bancário.

– De que maneira o Estado avalia a questão econômica e os impactos na região?

Souza – É um momento de muita preocupação, tanto para a região quanto para o Estado. Nosso principal objetivo é preservar as atividades produtivas, garantir a continuidade dos postos de trabalho e de renda para os mais de três mil agricultores. Sempre que necessário e possível, o Estado vai agir para proteger a economia gaúcha.

– O Vale do Taquari teve uma posição muito crítica sobre o plano de concessões anterior. Qual a estratégia para o futuro modelo?

Souza – A malha rodoviária regional, em especial no Vale do Taquari, precisa de investimentos urgentes, a fim de duplicar rodovias, ampliar faixas, melhorar acessos e travessias urbanas. Entendemos que a concessão é importante. Um modelo tarimbado no Brasil e no mundo.
O principal recurso vem das concessões. Então, há modelos cada vez mais modernos. Inclusive agora estamos diante da possibilidade do free flow. Mas que fique claro, qualquer movimento será com muito diálogo. O projeto original será rediscutido e teremos momentos adequados para essa construção.

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