O Vale do Taquari soma, só em 2023, 527 casos de dengue. As cidades com os mais confirmações são Encantado e Estrela, conforme os dados das Vigilância Epidemiológicas e da Secretaria de Saúde do Estado.
A cidade do Cristo Protetor segue sendo a com mais casos no RS, com 445 confirmações. Conforme a secretária de saúde do município, Clarissa da Rosa Pretto Scatolla, a contagem dos casos é divulgada automaticamente a partir do diagnóstico no posto de saúde.
“Os números têm se mantido, sem grandes aumentos. Isso, segundo os técnicos do Estado, é bom. Significa que as ações estão funcionando. Mas é normal que ocorra uma variação no número de casos até a 17ª semana”, diz.
O fato é atribuído às estratégias de combate a proliferação do mosquito, que incluem o Comitê de Crise, o bloqueio no raio de 150 metros do caso de dengue e intensa fiscalização. Conforme a secretária de saúde do município, Clarissa da Rosa Pretto Scatolla, não há casos graves na cidade e o bairro com mais casos é o Lago Azul.
Casos triplicam
Em Estrela, os casos de dengue triplicam em duas semanas. Na contagem do município, são 85 confirmações da doença. A maior parte está concentrada no bairro Pinheiros, onde foram feitos mutirões na tentativa de eliminar focos do mosquito transmissor. Além disso, a cidade é a mais infestada pelo mosquito transmissor da dengue no RS. O Levantamento de Índice Rápido de Aedes aegypti (LIRAa) indicou que, a cada cem residências, 14 têm focos do vetor.
Com a alta nos números, a Secretaria da Saúde modificou as estratégias. É feita uma varredura nas residências próximas a onde moram pessoas infectadas pela doença, para controle e eliminação dos focos do Aedes aegypti. O trabalho iniciou no Pinheiros, que tem 69,4% dos casos de dengue na cidade, com três dias de atividades constantes no bairro.
“Permanecemos trabalhando até às 19h, diariamente, em busca de quem trabalha durante o dia, nos endereços próximos onde moram pessoas com dengue”, explica a coordenadora da Vigilância em Saúde do município, Carmen Hentscke. Em breve, cinco novos agentes serão incorporados à equipe, que conta com seis profissionais.
Em alerta
Conforme a coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Lajeado, Juliana Demarchi, em Lajeado a situação da doença é tranquila. Até o momento foram 78 notificações e cinco confirmações da doença, sendo que nenhum caso é considerado grave.
“O que temos é um índice de infestação no limiar de médio para alto. Em todos os bairros temos presença e proliferação dos mosquitos, e a orientação é que toda população faça uso de repelente”, explica Juliana. Para a coordenadora, essa é uma forma de evitar o surto que ocorreu no ano passado. Outra estratégia utilizada é a ação contínua de agentes de endemia. “Eles estão sempre na rua, visitando residências, aplicando produtos, as ações acontecem diariamente”.
Juliana salienta ainda que o aumento na procura de atendimentos médicos, também percebido nos últimos dias, também é motivado pela circulação de outras doenças virais, como covid-19 e mão-pé-boca.