“Falta uma valorização do povo em relação  às próprias fontes culturais da sua cidade”

ABRE ASPAS

“Falta uma valorização do povo em relação às próprias fontes culturais da sua cidade”

Jornalista de formação e coordenadora da Casa de Cultura há quase dois anos, Ana Paula Vieira Labres busca, por meio do trabalho no local, manter viva não só a cultura lajeadense, mas também de todo o Vale do Taquari. Também coordena uma série de ações e auxilia nos cuidados do espaço

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“Falta uma valorização do povo em relação  às próprias fontes culturais da sua cidade”
Crédito: JONAS BETTI/ARQUIVO PESSOAL
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Você acredita que o povo lajeadense valoriza a sua cultura?

Acho que nós, enquanto lajeadenses, poderíamos tanto cultuar quanto produzir mais atividades culturais e artísticas. Recebemos muitos visitantes aqui com, por exemplo, 50 anos, que nunca a visitaram antes, mesmo morando aqui há décadas. Então, ainda acho que falta uma valorização do povo em relação às próprias fontes culturais da sua cidade. Acredito que muito disso seja consequência do desconhecimento que as pessoas têm em relação ao que apresentamos, por exemplo, aqui dentro da Casa. Não há como apreciarmos o que desconhecemos. Por isso, precisamos promover atividades para que a comunidade venha conhecer a Casa e desenvolver um apreço por ela.

Existem oficinas voltadas às periferias de Lajeado?

Todas as nossas atividades são gratuitas – algo que é fundamental para que elas sejam acessadas por toda a população. Mas, mais especificamente nas periferias, temos uma oficina chamada Cultura na Rua. Normalmente, ela acontece em quintas-feiras, a convite de instituições localizadas em regiões menos favorecidas de Lajeado. O objetivo dela é levar música para elas e, além disso, falar não só sobre as atividades oferecidas pela casa, mas também como é o processo de inscrição nelas.

Qual é o perfil dos participantes beneficiados pelas atividades da Casa de Cultura?

Hoje, temos mais crianças. Os pais procuram atividades extracurriculares para elas e acabam vendo nossas oficinas como boas opções. Mas nosso público em geral é bem mesclado. Há turmas com, por exemplo, várias crianças, mas, também, vários adultos e idosos. Mesmo assim, dá para dizer que há um perfil predominante: crianças de 8 a 11 anos, em média.

Qual é o seu papel na Casa de Cultura?

Eu coordeno as ações. Por exemplo: além de, junto ao professor de música, preparar o cronograma das aulas de música. Organizo também o cronograma de exposições artísticas da Casa. Também tenho o papel de observar a própria estrutura do prédio. Confiro se há lâmpadas caindo, janelas quebradas, paredes mofadas, por exemplo. Isso é fundamental, levando em conta a idade da edificação. Dou alguns toques sobre o que podemos fazer em relação a atividades novas e pequenos ajustes que acho interessante serem feitos.

Como são organizadas as oficinas de pintura?

Muitas vezes, quando os artistas da região manifestam o interesse de expor suas as artes aqui, buscamos fazer acordos com eles, para que ministrem as nossas oficinas. Assim, conseguimos agradar aos dois lados, já que não cobramos nada dos pintores que buscam a Casa de Cultura.

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