“Continuo aprendendo todos os dias”

ABRE ASPAS

“Continuo aprendendo todos os dias”

Natural de Boqueirão do Leão, Paulo Fernandes – o “Senhor Paulo”, como é conhecido –, 66, trabalha como recepcionista no Hospital Bruno Born. Mas ele vai muito além de suas atribuições. Paulo é símbolo de acolhimento e receptividade, tanto para a equipe, quanto para os pacientes da casa de saúde, há mais de 16 anos.

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Atualizado sexta-feira,
10 de Março de 2023 às 13:35

“Continuo aprendendo todos os dias”
(Foto: Vinícios Gheno)
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Como é prestar o primeiro atendimento às pessoas, muitas vezes apreensivas, que vêm ao hospital?

Precisamos ter muita calma e procurar ouvir o paciente, antes de tudo. Entender o que ele quer é fundamental para que consigamos direcioná-lo da forma correta. Costumo trabalhar com a ideia de que o paciente tem sempre razão. Logo, é nosso papel compreendê-lo.

Como foi a sua trajetória até chegar à função que ocupa hoje?

Eu sempre trabalhei lidando com pessoas. Na minha cidade natal, além de um pequeno comércio, tinha uma pousada e um restaurante. Por isso, antes de vir para Lajeado, já tinha uma noção de como é atender pessoas diariamente. Mas, mesmo que já tivesse essa noção, trabalhar na área de saúde se mostrou como algo muito diferente. Trabalho aqui há mais de 16 anos e, mesmo assim, continuo aprendendo todos os dias. Cada uma das pessoas que vem ao hospital exige uma forma diferente de tratamento. Portanto, ter sensibilidade é essencial para qualquer um que trabalhe na nossa área. Aqui no hospital, todos trabalhamos em conjunto. Se eu tive sucesso na minha trajetória, foi porque sempre tive pessoas excelentes me auxiliando. Uma delas é a minha chefe, Janaine, a quem devo meu eterno agradecimento.

O que trouxe o senhor para Lajeado?

O meu maior objetivo vindo para Lajeado era conseguir pôr as minhas filhas em bons colégios, para que elas tivessem acesso à educação que eu não tive. Com muito sacrifício, eu e minha esposa conseguimos cumprir essa meta. Minha maior realização, como pai, é ver que as duas estão trilhando seus caminhos, através do estudo. Se os pais se preocupassem mais com a educação de seus filhos, o mundo seria melhor. Viver a realidade de um hospital não é uma tarefa fácil.

Você começou a enxergar a vida de outra forma quando iniciou suas atividades aqui?

Nós, que trabalhamos aqui no Bruno Born, sofremos juntos aos pacientes. Temos que ser fortes. É muito difícil ver, por exemplo, pessoas que estavam bem há poucos dias, mas que de forma repentina tiveram pioras drásticas nos seus quadros. Eu passei a valorizar muito mais a minha vida, depois de chegar ao hospital, mas, principalmente, nos últimos anos, porque, além de ter perdido dois irmãos durante a pandemia, tive sintomas graves de Covid-19. Então, prometi para mim mesmo que seria uma pessoa melhor quando me recuperei, pois não quero desperdiçar a segunda chance que me foi dada.

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